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Antártida: “pesquisas podem ser refeitas, mas vidas perdidas são irrecuperáveis”

Geral – 27/02/2012 – 13:02

Sobrevivente do incêndio na base da Marinha na Antártida, o tenente Pablo Tinoco, de 25 anos, conversou com o R7 e disse lamentar muito a morte dos colegas militares. Tinoco, que desembarcou no Rio de Janeiro nesta segunda-feira (27), conta que todos se esforçaram ao máximo para tentar socorrer os oficiais.

  • Nós fizemos tudo que estava ao nosso alcance. Continuamos tentando até mesmo quando não tínhamos mais recursos. A estação se queimou e levou o sonho de dois grandes homens. As pesquisas podem ser refeitas. O pesquisador tem tudo na cabeça ainda. Os testes e a estação podem ser refeitas, mas as vidas perdidas são irrecuperáveis.

A Estação Antártida Comandante Ferraz pegou fogo na madrugada do último sábado (5). Segundo a Marinha, 70% das instalações da base foram destruídos pelo incêndio. Tinoco lembra que, na tentativa desesperada de combater as chamas e salvar os colegas, alguns militares entraram em um lago congelado para recolher mais água.

  • Alguns militares entraram na água que estava entre 1°C e 3°C. Por causa do desespero, eles não usaram a roupa adequada para instalar a bomba que levaria a água até a superfície. Por isso, tiveram hipotermia e foram imediatamente atendidos.

O tenente viu o momento em que o suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e o sargento Roberto Lopes dos Santos, mortos no incêndio, entraram na estação para tentar debelar as chamas.

  • Nós fizemos todos os procedimentos corretos para combater o fogo. Eles eram dois militares experientes e responsáveis.

Tinoco conta que, antes do incêndio, faltou luz na estação. Segundo o oficial, o sargento Luciano Gomes Medeiros, responsável pela manutenção dos geradores, foi ao local checar a interrupção da energia elétrica. Depois disso, de acordo com o tenente, as chamas tomaram conta de grande parte da base

  • O sargento teve queimaduras na parte frontal do corpo porque ele teve contato direto com o fogo. Ele tentou combater o início das chamas com um extintor de incêndio.

Usando cadeira de rodas, um militar ferido também desembarcou no Rio nesta segunda-feira. O sargento foi transferido de ambulância para o Hospital Naval Marcílio Dias, no Lins de Vasconcelos, zona norte.

Além de Medeiros e Tinoco, outros 39 brasileiros que estavam na base da Marinha na Antártida desembarcaram no Rio nesta segunda. A equipe é formada por 26 pesquisadores, nove operários e um marinheiro do Arsenal da Marinha, um alpinista, e um funcionário do Ministério do Meio Ambiente.

O ministro da Defesa, Celso Amorim, e o comandante da Marinha, o almirante de esquadra Julio Soares de Moura Neto, estão na pista da Base Aérea do Galeão para acompanhar a chegada dos brasileiros. Segundo o ministro da Defesa, Celso Amorim, os corpos do suboficial Carlos Alberto Vieira Figueiredo e do sargento Roberto Lopes dos Santos, que estão na base chilena Eduardo Frei, devem chegar ao Rio nesta terça-feira (28).

Fonte: R7

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