06/05/2014 – Atualizado em 06/05/2014
A reportagem retirada do Correio do Estado mostra a linha que o governador deverá seguir nas eleições desse ano
Por: Redação/Correio do Estado
Faltando pouco menos de três
meses para o início oficial das
campanhas eleitorais, o clima
de guerra entre os partidos que
devem se enfrentar nas urnas
já se intensifica. Os ataques,
mesmo que feitos de forma
sutil, começam a desenhar o
cenário que deve se instalar no
Estado até outubro deste ano,
quando o novo governador e
senador serão eleitos. Ontem
pela manhã, por exemplo, o
governador André Puccinelli
(PMDB), em entrevista ao programa
Tribuna Livre da FM
Capital, deixou claro sua estratégia
de ataque. O peemedebista
deve refrescar a memória
da população sul-mato-grossense
quanto à época da administração
do agora vereador
José Orcírio Miranda dos Santos,
o Zeca do PT.
Segundo ele, quando assumiu
o primeiro mandato,
iniciado em janeiro de 2006, o
Estado estava desestruturado,
com contas importantes bloqueadas,
salários atrasados e
dívidas. “O próximo governo
vai pegar (o Estado) redondinho,
não quadrado como eu
peguei do governo do PT anterior
ao meu primeiro mandato.
Tinha dívida pública,
conta bloqueada no Banco
Central, sem pagar dezembro”,
relembrou André. “Aí
eles (petistas) falam ‘mas nós
pegamos pior’, mas me entregaram
bloqueadas as contas
e eu estou entregando com
metade do endividamento.
Então se tiverem competência
toquem”, desafiou.
O PT é principal alvo tendo
em vista que, até o momento,somente o Partido dos Trabalhadores
e o PMDB têm
pré-candidatos à sucessão
estadual, sendo eles o senador
Delcídio do Amaral e o
ex-prefeito de Campo Grande
Nelson Trad Filho. Além disso,
ao contrário do que ocorre
nacionalmente, em terras
sul-mato-grossenses as siglas
mantêm rivalidade histórica,
tanto em eleições municipais
quanto estaduais como é o caso
deste ano.
A princípio o lema da chapa
petista é pregar a “mudança”
baseando-se no fato de André
ter sido prefeito da Capital por
dois mandatos (1996 – 2004)
e dois anos depois vencer o
pleito para chefe do Executivo
estadual onde completará
também oito anos de gestão
(2006 – 2014). Nelsinho será
alvo do mesmo plano, uma
vez que comandou Campo
Grande por outros dois mandatos
(2004 – 2012). No entanto,
o discurso que prega novos
partidos à frente das administrações
já foi usado na última
eleição municipal quando o
ex-prefeito Alcides Bernal (PP)
foi eleito e, pouco mais de um
ano depois, em março de 2013,acabou cassado por improbidade
administrativa.
Além de trabalhar com o
tema “bernalzista”, Delcídio
continua ao lado do progressista
e até oficializou apoio,
mesmo depois dos reflexos
negativos deixados por Bernal.
Desta forma, a estratégia
pode se voltar contra o PT,
na hipótese de os adversários
também rememorarem
o curto espaço de tempo
em que o cassado era chefe
do Executivo, período considerado
por muitos como
“caótico” diante da inércia
administrativa, entre outros
problemas.
Ainda em entrevista ao
Tribuna Livre, o governador
ressaltou que o comparativo
ao governo petista não
será feito de forma aleatória,
mas com base nos fatos
e sem falsa modéstia de sua
parte. “Não há governo que
não possa ser melhorado.
A gente tem que ter humildade
de dizer que pode melhorar
na saúde, segurança,
educação, pode e deve, se
faz o comparativo, mas se
mostra o que tem que melhorar”,
disse.
