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domingo, 16 de novembro, 2025

‘A prova é o espelho do que você é’, diz especialista

06/11/2014 – Atualizado em 06/11/2014

Por: Diáriodigital

O maior especialista em Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), o professor Mateus Prado esteve em Campo Grande. O Diário Digital aproveitou a passagem dele pela Capital, fez uma entrevista bem interessante e reuniu dicas para quem vai prestar o exame que dá acesso as universidades brasileiras. A prova será aplicada neste sábado (8) e domingo (9) de novembro.

Você confere a entrevista logo abaixo!

DD – Como você avalia o Enem como porta de entrada para a universidade? Considero o Enem um avanço enorme. Hoje temos 62 universidades federais e quase todas participam integralmente. Antes, eram diversos vestibulares em tudo quanto é lugar e, se vazavam informações, não tínhamos como fazer um debate nacional. Com o Enem, o Brasil todo olha para a prova. Se der problema, todos vão discutir. Todos ficam sabendo das falhas. Outra coisa é que o Enem oportuniza pautar a questão do ensino superior, por exemplo, na hora que faz a inscrição, na hora que faz a prova, na hora que sai a nota, então não fica localizada essa pauta.

DD – O Enem possibilitou inclusão? A grande questão do Enem não é inclusão. A qualidade do ensino médio é o que conta. A criança que estuda na escola do bairro rico e a que estuda no bairro pobre não terão o mesmo desempenho. A condição social do aluno é que faz o ranking do Enem. O que incluiu o aluno na universidade hoje foi o aumento de vagas, a política de cotas. Tem que ter políticas de permanência também. É preciso pensar na educação de forma integral. Estudar medicina por exemplo é necessário o dia todo, é exagerado, não é preciso. Há países onde medicina requer menos horas de estudo, é diferente, e funciona muito bem.

DD – O que de importante foi observado na sociedade a partir do Enem? Todos os Enem, as mulheres tem o melhor desempenho. Na medicina, por exemplo, elas ocupam a maioria das cadeiras hoje. E nesse ano elas vão se destacar mais ainda no Enem devido à Copa do Mundo. Há um bom tempo a mulher tem passado mais tempo do que o homem nas universidades e os homens estudaram menos devido à Copa.

DD – O que você mudaria no Enem? Defendo uma redação eliminatória e não classificatória ou seja, uma prova que atesta se o aluno está apto ou não apto para o ensino superior porque ai não prejudica quase ninguém.

DD – Qual sua sugestão para o tema da redação deste ano? Já tivemos temas sobre meio ambiente, saúde pública, cyberbullyng, cidadania e direitos, conquistas. Para este ano, se eu fosse dar uma dica, eu falaria em alguma conquista relacionada à Constituição de 88 mas que foi regulamentada a partir de 2002. Só isso que eu posso falar. Mas uma coisa é certa, o tema da redação é planejada, não existe coincidência. Não foi coincidência, por exemplo, o tema Lei Seca no ano passado, porque o Aécio foi pego na Lei Seca e o governo, como qualquer outro governo também faz, quis pautar o Brasil. Na época, o Aécio já estava cotado para ser candidato da oposição e quiseram adiantar o problema para ele. Mas isso aconteceu no outro governo também. No Enem, quando teve o apagão, elaboraram uma série de questões que davam a ideia de que o problema era consequência do consumo residencial, mas não foi. O apagão foi por causa do aumento do consumo industrial.

DD – Quais as sugestões para uma boa redação? O mais importante é o formato. A correção é por tópicos que são domínio de linguagem, compreensão do texto, a seleção de argumentos e informações, a construção da argumentação. Sugiro um texto com cinco parágrafos com 7 linhas cada e também sugiro sempre não regionalizar muitos as informações. As redações tem que ser éticas, respeitar os direitos humanos e do meio ambiente. O importante é que se você faz 30 boas redações, você vai fazer uma boa redação no dia do Enem.

DD – O que evitar na redação? São quatro critérios que desclassificam uma redação: fazer menos que oito linhas, não respeitar as questões éticas, os direitos humanos, inserir brincadeiras como o hino do time e assinar a redação.

DD – Qual a dica para quem estudou? A prova é o espelho do que você é e, quem estudou, não pode borrar a imagem desse espelho. Então, na última semana, não tem que se preocupar com estudos. Tem que relaxar, ficar com a família, o namorado (a), se preparar fisicamente, se adaptar quanto aos horários de sono e almoço porque a prova será ao meio dia aqui no Mato Grosso do Sul e esse horário prejudica muito o aluno. Se ele acordar de manhã e caminhar por uma hora vai ajudar na concentração.

DD – E para quem não estudou? Criar hábito demora pelo menos 21 dias. Estamos perto do Enem, nem se estudar 4 horas por dia pega o hábito agora. Então, não adianta correr. Comece a fazer a prova pelas questões mais fáceis. Primeiro, comece pelas que mais gosta para ajudar na autoestima, volte e resolva as que sabe mas não gosta. Ai passa tudo para o gabarito e volte para resolver as questões “cabeludas”, faça isso aleatoriamente.

Só entregue a prova nos últimos cinco minutos que é o tempo restante para chutar nas questões restantes, mas chute diretamente no gabarito. Perfil Mateus Prado é autor do Guia ENEM, educador Sociólogo, Colunista do Estadão e cursou sociologia e Administração publica na USP e Medicina na UFRJ. É presidente de Honra do Henfil Educação e Sustentabilidade e escreve livros e para grandes Jornais, Revistas e Portais de Internet.

Autor do Guia ENEM concede entrevista ao DD e dá algumas dicas de como realizar o exame

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