A coletiva aconteceu agora pouco em Campo Grande (MS)
28/05/2019 11h21
Por: Redação
CAMPO GRANDE (MS) – Em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (28), a Polícia Federal e a Controladoria Geral da União deram algumas informações sobre a Operação Atalhos, ocorrida na manhã desta terça-feira em Três Lagoas (MS) e algumas cidades do estado e duas cidades do interior de São Paulo.
Superintendente Substituto da CGU/MS – Lilson Saldanha – retomou que a operação apurou fraudes no processo licitatório. O processo era simulado tendo definidas e facilitadas as empresas envolvidas no esquema fraudando outras empresas na concorrência. O conluio burlava inclusive visitas técnicas.
Sobre o prejuízo em valores, o Superintendente da PF – Cléo Mazotti – alega que a quantia está sendo contabilizada pela Caixa Econômica Federal e muita documentação deve ser apreendida para a fixação de valores de sobrepreço e superfaturamento, em fase ostensiva. Todos os dados estão estimados em contratos de licitação. De acordo com a PF, em um dos contratos foi detectado, por exemplo, ajustes contratuais baseados em supostos aumentos de combustível, em 2015, sendo que estes aumentos não houveram.
Em prática, esse esquema prejudicou no beneficiamento de mais crianças e mais recursos.
Três processos licitatórios foram analisados para estimativa do prejuízo de aproximadamente R$ 1,6 milhão, sendo um pregão presencial de R$ 5.410.182; outro pregão presencial de R$ 4.687.078; e uma dispensa de licitação de R$ 2.419.011 e R$ 12 milhões foram contabilizados.
Perguntados sobre o tipo de ligação dos envolvidos no esquema, se havia algum grau de parentesco entre os funcionários públicos e empresários a polícia só afirmou que até o momento se sabe que a relação era de facilitação.
O dinheiro apreendido em uma residência de um dos envolvidos em Três Lagoas, será encaminhado para uma instituição financeira onde serão contados e vinculados a uma conta relacionada ao processo.
A Polícia observa que o manuseio do dinheiro em espécie é uma forma mais efetiva de lavagem de dinheiro, pois o rastreio do montante é mais complexo.
O dinheiro se concentrava em um cômodo de uma residência
A Polícia Federal informou à Caçula os esconderijos onde a grande quantia de dinheiro da Operação Atalhos foi apreendida.
De acordo com a PF, o dinheiro foi localizado em malas, guarda-roupas, sacolas e caixas. Todo o montante se concentrava em apenas um dos cômodos da residência. Porém, a identidade do investigado não foi informada devido ao sigilo do processo.
A operação foi deflagrada a partir do trabalho da Controladoria que constatou várias irregularidades graves na execução e contratação do PNATE (Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar) em Três Lagoas (MS), que atende alunos da zona rural.
A Operação
Na manhã desta terça-feira (28) a Polícia Federal realiza operação denominada “Operação Atalho”, em vários pontos da cidade de Três Lagoas, envolvendo aproximadamente 90 policiais.
A casa da ex-prefeita, Márcia Moura e do ex-secretário de educação da gestão de Márcia, Mário Grespan, foram buscadas pela polícia. Os envolvidos serão conduzidos para prestação de esclarecimentos.
Uma viatura descaracterizada está neste momento na residência da ex-prefeita Márcia Moura, outra viatura esteve em frente à casa do ex-secretário, Mário Grespan e ele foi levado para esclarecimentos. A ex-Secretaria de Educação Célia Medeiros e o ex-chefe Transporte Dalmo Queiroz – ao lado de sua esposa – também foram conduzidos para prestação de esclarecimentos.
De acordo com a nota emitida pela Polícia Federal, as licitações e contratos públicos sob investigação alcançaram cerca de R$ 12 milhões, sendo que até o momento já foi identificado sobrepreço contratual de aproximadamente R$ 1,6 milhões em razão dos direcionamentos.
Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão, expedidos pela Justiça Federal em Três Lagoas, Campo Grande, Naviraí e em dois municípios do interior do estado de São Paulo: Luís Antônio e Americana.
