O número de pessoas empregadas no setor aumentou 11,2% entre 2012 e 2018, totalizando 1,7 milhão em 2018.
18/05/2019 08h14
Por: Julia Vasquez com informações do Cepea
CEPEA (SP) – Na contramão ao observado no Brasil, em que a população ocupada (PO) no agronegócio tem se reduzido de forma significativa, no Centro-Oeste (aqui não foi considerado o Distrito Federal), o número de pessoas empregadas no setor aumentou 11,2% entre 2012 e 2018, totalizando 1,7 milhão em 2018.
Essa é uma das conclusões da edição especial do estudo sobre mercado de trabalho do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP.
A pecuária e toda a cadeia processadora de proteína animal e subprodutos (labate, laticínios e couro) é a estrela desta dinâmica do crescimento entre todo os segmentos que compõem o agronegócio do Centro-Oeste.
Com issodesempenharam para a evolução positiva dos empregos no setor no período analisado no estudo.
Segundo pesquisadores do Cepea, 27,51% dos postos de trabalhos formais e informais existentes no Centro-Oeste em 2018 estavam relacionados ao agronegócio. Ao analisar a participação por estados, este percentual é ainda maior, chegando a 33,68% em Mato Grosso, a 30,55% em Mato Grosso do Sul e a 23,6% em Goiás. Justamente por responder por quase um terço do total de ocupados no Centro-Oeste, o agronegócio gerou R$ 3,65 bilhões do total de R$ 13,19 bilhões recebidos em salários na região. Assim, o agronegócio representou 27,66% de toda a massa de rendimentos gerada pelo trabalho em 2018.
Pesquisadores do Cepea destacam que, desse total, apenas uma parcela é gasta com bens e serviços produzidos por atividades relacionadas ao agro, como alimentos, fibras e energia.
O restante é dispendido em outros fatores essenciais, como habitação, serviços de saúde e educação, transporte e aquisição de bens duráveis.
Nesse sentido, é possível afirmar que o agronegócio contribui significativamente para o dinamismo do Centro-Oeste, gerando renda e, consequentemente, demanda não só para seus produtos, como também para bens e serviços ofertados por outros setores da economia.
CONCLUSÃO
A partir da construção do indicador de acompanhamento do mercado de trabalho do agronegócio específico para o Centro-Oeste, a equipe de Macroeconomia do Cepea demonstrou a forma como o setor tem evoluído nos últimos anos, apresentando uma realidade distinta daquela observada no País – com crescimento no número de pessoas ocupadas nas diversas atividades do setor.
Foi possível constatar também o dinamismo que as atividades relacionadas ao agro apresentam, e como a existência desse setor érelevante para os estados da região. Especificamente, verificou-se que o agronegócio exerce a função de gerar emprego e renda para grande parte da população do Centro-Oeste, criando mercado consumidor para bens e serviços produzidos em outros ramos da economia.
Destaca-se também, ainda que de forma indireta, o papel desempenhado pelo setor no aumento do rendimento médio da população ocupada na região, em virtude das mudanças estruturais ocorridas em
seus segmentos, sobretudo na adoção de novas tecnologias e a demanda por mão de obra com níveis de qualificação cada vez maiores.
Contudo, é preciso destacar que, para melhor entendimento do funcionamento do setor na região, estudos futuros devem incluir na análise dados acerca do Produto Interno Bruto do Agronegócio (inexistente até o momento) e a interação com o setor externo, por meio das exportações e importações.