21/06/2017 07h15
A pesquisa tem o objetivo de averiguar a prevalência de doenças crônicas na população e analisar a questão sociodemografica dos pacientes
Por: Rayani Santa Cruz com informações da UFMS
A UFMS- Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, câmpus Três Lagoas, está desenvolvendo uma pesquisa referente a doenças crônicas não transmissíveis que atingem boa parte da população local.
De acordo com informações da Universidade, o objetivo do trabalho é avaliar a prevalência de doenças crônicas não-¬transmissíveis na população atendida em unidades de saúde do município de Três Lagoas, aliada à determinação do perfil socio¬demográfico desses pacientes e ao perfil farmacológico, ou seja, se as doenças permanentes estão relacionadas com problemas sociais unidos a região.
“Nossa pesquisa permitirá a determinação das principais doenças crônicas não transmissíveis encontradas, bem como os principais medicamentos prescritos, além da observação de polifarmácia, quando existente”, explica a coordenadora da pesquisa, professora Danielle Cristina Pequito.
A pesquisa aborda as seguintes condições: hipertensão, diabetes mellitus, doenças respiratórias crônicas e dislipidemia e transtornos mentais. “As doenças crônicas representam grande parte das internações hospitalares, gerando custo elevado aos sistemas de saúde. As complicações, em longo prazo, que ocorrem nessas doenças podem prejudicar a qualidade de vida, bem como a capacidade produtiva dos indivíduos afetados”, afirma a professora.
Danielle explica que intervenções não ¬farmacológicas, como mudança de hábitos de vida, podem ser suficientes em alguns pacientes, por alterarem fatores de risco. Entretanto, pode haver a necessidade de tratamento com medicação.
Ela explica que diversas classes de medicamentos são utilizados e, muitas vezes, o tratamento requer a associação de remédios de diferentes classes, o que pode aumentar o risco de efeitos adversos (colaterais) e reduzir a adesão ao tratamento. “A reduzida eficácia terapêutica compromete o tratamento e pode resultar na piora do quadro clínico e da qualidade de vida do paciente”, diz.
Por isso está presente a preocupação com a prática de polifarmácia, que pode ser caracterizada pelo uso concomitante de dois ou mais medicamentos ou o uso desnecessário de pelo menos um medicamento.
Análises
Foram analisados, até o momento, 136 prontuários eletrônicos da unidade de saúde Vila Piloto, em Três Lagoas, por meio do sistema Consulfarma, com visitas à unidade realizadas no período de agosto de 2015 a abril de 2016.
Além da coordenadora, também participam da pesquisa alunos do curso de Medicina do CPTL, um técnico farmacêutico e a enfermeira responsável pela unidade de saúde Vila Piloto.
“Já verificamos a existência de grande número de portadores de doenças crônicas não transmissíveis e realizamos um levantamento dos principais medicamentos utilizados por estes pacientes”, diz a coordenadora.
De acordo com o levantamento feito, há predominância de remédios da classe das metilxantinas e mucolíticos para pacientes portadores de doenças respiratórias crônicas, de estatinas para portadores de dislipidemias, diuréticos e fármacos que atuam sobre o sistema renina-angiotensina-aldosterona para hipertensos, metformina e sulfoniluréias para diabéticos, além de anticonvulsivantes, antidepressivos e ansiolíticos para portadores de transtornos mentais.
“A continuidade da pesquisa é importante para a coleta de maior número de dados, que irão auxiliar na determinação da adesão e eficácia do tratamento dos pacientes”, explica a professora.

