17/08/2015 – Atualizado em 17/08/2015
Por: Redação/FC
Operação Falcon 2: o espetáculo.
Acabo de ler um excelente texto, postado pelo “nobre causídico” Tiago Vinícius. Não sei qual sua profissão, atividade ou hobby, mas uma coisa é certa: nada entende de sociedade, segurança pública e caridade.
Se chegou ao ARENAMIX com sua esposa com tranquilidade, sem ter que passar por bloqueios na rodovia, motocicletas fazendo borrachões e garotas dançando nuas sobre pick-ups, foi porque eu e minha equipe retiramos todos do seu caminho.
Se você e sua esposa não tiveram o desprazer de cruzar com um “depravado”, mostrando sua genitália em via pública, sorte a de vocês, pois isso ocorreu na noite de ontem. Mas também por sorte, a “espalhafatosa” operação conseguiu localizar o autor do crime e encaminhar à DP da cidade.
Me espanta o nobre escritor chamar a todos de turistas. Turistas são os que puderam ir à festa, aqueles que não cancelaram suas reservas por receio de fiscalização (porque deveriam ter?), aqueles que nos pararam e elogiaram o trabalho feito por nós.
Também deveriam ser chamados de turistas aqueles que se constrangem com cenas baixas e vis, e não com o trabalho policial. Esses são os verdadeiros turistas, aos quais o evento deve chamar no próximo ano, para que venham a Três Lagoas, uma cidade SEGURA.
E aí sim meu nobre amigo, a caridade que parece tão almejada pelos organizadores, será legítima.
A caridade não pode ser a qualquer custo, custo aliás que parece ser o grande “calo” reclamado por alguns.
Mas a PRF nada tem com isso.
Suscito apenas uma pergunta a ser feita à sociedade três-lagoense, aos representantes municipais, aos amigos organizadores: qual o valor de uma vida? Estou há 16 anos na minha corporação e até hoje ninguém me respondeu.
Talvez o nobre amigo, que tão bem escreve (e tão bem calcula operações policiais), deve achar que sabe a resposta. Mas adianto: é incalculável!
Portanto, essa brilhante e exitosa Operação policial só pode ter seu custo chamado de “exorbitante”, quando me apresentarem o valor de uma vida, pois no ano passado e neste ano tenho plena convicção de que salvamos muitas.
O número “zero” para as mortes me dá muita convicção de que estamos no caminho correto, e se, no próximo ano for necessária a utilização de um veículo “blindado” pra trazer a “paz em um lindo sábado de manhã” a população de Três Lagoas, pode acreditar que usaremos.
Confira o texto de Tiago Vinicius
Motoshow: A festa e o espetáculo.
Estive ontem com amigos e minha esposa no motoshow. A festa estava demais, ótimo show do J. Quest com o baixista destruindo, festa tranquila, em paz, ótima organização e melhor ainda que a renda será revertida à Oncologia do Hosp. N. S. Auxiliadora (a exemplo do que ocorreu ano passado com a sede da rede feminina de combate ao câncer) que trata vários casos diagnosticados de câncer, fazendo com que essas pessoas que tanto sofrem com esta doença, possam realizar o tratamento sem necessidade de longas viagens e hospedagens em cidades distantes. Nesse aspecto, meus aplausos.
Mas o espetáculo não ficou por conta da festa. Ficou por conta da ação exageradamente espalhafatosa da PM e principalmente da PRF, que com metralhadoras, efetivo gigantesco, e pasmem, helicóptero, realizava uma fiscalização com ostensivo constrangimento às pessoas que aqui vieram para participar do evento.
Se é assim que Três Lagoas recebe seus turistas, naturalmente os convidados que foram tratados como verdadeiros bandidos de alta periculosodade não vão retornar. Não é assim? Onde não sou bem vindo e bem tratado, não frequento! Duas coisas me ocorreram: Primeiro, que ao que parece existe um forte movimento com o propósito de encerrar o evento motoshow, só que não vejo ninguém tentando preencher a lacuna social tanto de eventos que não sejam o velho e repetitivo sertanejo quanto que revirtam sua renda em prol de instituições que delas necessitam.
E a outra é que, o custo exorbitante desta operação policial espalhafatosa ( com diárias de policiais, deslocamentos, hospedagem, combustível e até helicóptero) está saindo de nosso bolso. Será os milhares de reais e o pessoal empregado nesta operação “espetaculosa” não seriam melhores empregados coibindo o tráfico de drogas e armas nas fronteiras do país? Em Ponta Porã, Bela Vista, etc? Será que o maior problema de segurança pública que a PRF tem para lidar no momento é o Motoshow?
Fiscalizar e constranger são duas coisas absolutamente diferentes.
Fica o questionamento, e a certeza de que, infelizmente, o evento atrairá cada dia menos pessoas, o comércio ficará estático, e as instituições em breve, sem ter esse recurso precioso. Parabéns ao ranço conservador, e a todo mundo que acha lindo ver as ruas vazias e em paz em seu lindo sábado de manhã, mas que não levanta a bunda da cadeira para fazer nada por ninguém. Só para criticar.
