05/08/2014 – Atualizado em 05/08/2014
Por:Correio do Estado
Mais de mil pessoas procuram tratamento de saúde pública, em Dourados (MS), devido à obesidade, aliada à doenças cardíacas e ortopédicas. Em 90% dos casos, os pacientes apresentam doenças cardiovasculares, o que desencadeia ao Município gastos de mais de R$ 400 mil ao mês com o tratamento, de alta complexidade. Ou seja, cerca de R$ 4,8 milhões por ano. Conforme o Secretário de Saúde Sebastião Nogueira, os valores investidos nas cirurgias cardiovasculares levam em conta todos os tipos de pacientes, obesos ou não. A obesidade é tão grave que é um dos principais fatores de risco para a hipertensão e infartos. Em Dourados, uma pesquisa recente do Hospital do Coração, mostrou que 32% da população está hipertensa. Por ano, mais de 300 mil têm uma parada cardíaca e cerca de 80 mil não sobrevivem, conforme estimativa do Ministério da Saúde. O infarto é responsável por 29,4% de todas as mortes registradas no Brasil.
De acordo com o médico Jorge Luiz Baldasso, que em última pesquisa realizada em Dourados detectou que mais de 74 mil pessoas estão acima do peso, o maior desafio hoje não é emagrecer, mas manter o peso depois de se livrar dos quilinhos a mais. “Em cerca de 60% dos casos, os pacientes não tem disciplina e desistem. É preciso determinação e esforço. O emagrecimento só é possível através de duas fórmulas apenas: a reeducação alimentar e atividades físicas. Não existem milagres”, destaca.
Baldasso diz que a maioria dos pacientes procuram por pílulas “mágicas” ou a medicamentos que, além de comprometerem a saúde se não houver orientação médica, não resolvem o problema por completo. “Muitos dos métodos utilizados de forma inadequada pelo paciente acabam gerando o efeito rebote. A pessoa perde muitos quilos, mas ganha o dobro depois. Na verdade o que acontece é que ela perde massa muscular e o músculo consome 80% a mais de calorias do que qualquer outra célula”, explica.
