21/02/2014 – Atualizado em 21/02/2014
A Ginecologista foi condenada por homicídio simples
Por: Rayani Santa Cruz
A equipe de Reportagem da Rádio Caçula recebeu uma denúncia de cunho grave por parte da paciente Izabella Machado, que precisou de atendimento médico devido a um aborto espontâneo.
Segundo informações de Izabella, na semana passada precisou de atendimento urgente devido a fortes cólicas que sentia, ela estava grávida de 07 semanas e com sintomas de aborto, quando chegou no Hospital Auxiliadora foi encaminhada a enfermaria onde foi atendida por uma médica plantonista primeiramente.
Após horas tomando remédios para dar continuidade ao aborto devido a morte do feto dentro do útero da mulher, houve a troca de plantonistas, ao perguntar quem seria o novo responsável pelo atendimento Izabella foi informada que seria o médico Marco Lúcio, porém, quem iniciou o atendimento novamente foi a médica Neide Keico dos Santos esposa do plantonista, que foi condenada por homicídio simples o mês passado.
Neide Keico apareceu nas páginas dos jornais no dia 30 de janeiro ginecologista e obstetra foi condenada a um ano e oito meses de detenção, proibição de exercer temporariamente a profissão e ao pagamento de cerca de R$ 40 mil por homicídio simples. A sentença foi publicada no dia 23 de janeiro de 2014, na página 188, do Diário Oficial da Justiça.
Ainda não se sabe os motivos mas ao que tudo indica é que ela ainda continua atendendo no Hospital Auxiliadora sem qualquer intervenção judicial.
Izabella Machado afirmou que no dia 14 de fevereiro fez os exames que indicaram um aborto retido, a paciente seguiu para sala de cirurgia para fazer a curetagem, tudo a mando de Neide Keico. Na folha apresentada sobre a conclusão do exame consta o nome de outra médica solicitante, mas a assinatura na parte inferior do papel corresponde a médica condenada.
MAL ATENDIMENTO
Como se não bastasse a dor de perder um filho Izabella Machado conta que depois que passou por todo o processo de curetagem, ficou internada no Hospital, em uma ala, onde havia pessoas que passaram por todos os tipos de cirurgias, inclusive havia acompanhantes masculinos.
“Era pra eu ficar na ala da maternidade, não entendi porque eles me jogaram lá… eu fique suja, meu lençol estava completamente molhado de sangue passei o dia todo assim, até que a noite uma enfermeira, trocou o lençol e disse que elas não tinham obrigação de fazer isso mais de duas vezes por dia” relata a mulher indignada.
Izabella também narrou que no dia seguinte foi liberada por outro médico sem qualquer pergunta ou novo exame, “Eles passaram uma receita e me liberaram, o outro médico sequer foi ver meu estado de saúde”.
RESQUÍCIOS DA CURETAGEM
Nesta quarta-feira (19), cinco dias após a curetagem a paciente ainda sentia dores abdominais e decidiu retornar ao Auxiliadora onde novamente, foi informada que o DR.Marco Lúcio a atenderia, porém, houve novamente uma surpresa quando a Ginecologista Neide Keico fez novamente pedidos de exames para a mulher.
De acordo com Isabela um dos exames constatou que havia restos do procedimento anterior no útero da mesma, ou seja, o primeiro procedimento não foi concluído em 100%.
“Eu falei que o procedimento tinha sido mal feito, mas a médica falou que era normal ficar alguma coisinha dentro, como assim é normal? a raspagem não era pra tirar tudo? e se eu não voltasse no médico, eu poderia morrer” indaga a paciente.
Desesperada por saber que a médica havia sido condenada por má atendimento no exercício da profissão, Izabella conversou com a ginecologista Neide Keico sobre a possibilidade de ser atendida por outro especialista, sendo que a mesma negou e fez com que a paciente assinasse um termo de responsabilidade em relação a sua saúde.
Mesmo precisando de atendimento a mulher saiu do Hospital sem realizar outro procedimento, pois o medo, falou mais alto.
MÉDICA AFASTADA ATENDENDO
A paciente retornou ao Hospital nesta quinta-feira (20) para novo atendimento, e gravou um vídeo no qual uma atendente afirmam que a ginecologista condenada está atendendo pacientes em plantões, e que houve um erro por parte da recepção que anunciou o nome do esposo o médico Marco Lúcio no lugar da ginecologista.
Ainda não temos a informação se este procedimento que o Hospital Auxiliadora está realizando, é condizente com a justiça, a reportagem da Rádio Caçula entrou em contato com a assessoria de comunicação do local, para obter melhores informações sobre o assunto, mas até a publicação da matéria não houve pronunciamento.
Veja o vídeo em que uma atendente confirma a paciente que a médica está fazendo plantões no hospital.





