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quinta-feira, 3 de julho, 2025

Laudos não apontam ligação entre morte de criança e pizza

09/09/2013 – Atualizado em 09/09/2013

Alguns itens foram considerados seguros, mas palmito ainda é analisado

Por: Nova News

A Secretaria de Vigilância Sanitária recebeu na última sexta-feira (06), resultado dos laudos sobre os ingredientes que teriam sido utilizados no preparo de pizza que vem sendo apontada como a principal linha de investigação sobre o óbito de uma criança de três anos em Nova Andradina. Os alimentos analisados seriam queijo mussarela, presunto e produtos similares e, segundo o laudo, nenhuma irregularidade foi encontrada nas amostras.

Existem ainda outros produtos, principalmente o palmito, que segue em processo de análise em São Paulo. A transferência dos materiais para aquele estado foi necessária porque é preciso identificar se a intoxicação alimentar foi decorrente de botulismo, e o instituto paulistano é referência neste tipo de verificação. Desta forma, espera-se tirar a principal dúvida que é, saber se havia ou não a presença da bactéria que causa botulismo na pizza consumida pela vítima.

O Nova News apurou que as amostras do conteúdo estomacal da criança, que foram enviadas para uma clínica especializada na cidade de Maringá (PR), retornaram sem análise. Após receber o material devolvido, a equipe do Hospital Regional (HR) Francisco Dantas Maniçoba reencaminhou as coletas para a Secretaria Estadual de Saúde, em Campo Grande. “Devido à complexidade da investigação e o fato de o caso ser uma questão de saúde publica, é o Estado que deve ser o responsável pelos procedimentos”, explicou o coordenador do setor de Vigilância Sanitária, Lúcio Roberto Tolentino.

Botulismo

A doença pode apresentar-se sob diferentes formas, sendo a mais comum, o botulismo alimentar, que é provocado pela ingestão de alimentos contaminados, na maioria dos casos, produtos mantidos em conserva ou manipulados em casa. Entre os casos fatais, o produto com maior incidência é o palmito, mas a doença também pode se manifestar após a ingestão de embutidos, peixes e frutos do mar, preparados sem a observância das regras básicas de esterilização.

O botulismo se prolifera no solo ou nos alimentos e liberam toxinas no intestino, principalmente em crianças. Nesse caso, a gravidade vai desde problemas gastrointestinais contornáveis até episódios de síndrome da morte súbita. Segundo especialistas, é remota a chance de o exame dar resultado positivo. O índice de exames em que aparece a bactéria do botulismo é quase nula. Ainda de acordo com médicos, geralmente a parte infectada é a que é ingerida pela vitima, o que dificulta a conclusão da causa.

Caso semelhante

O Nova News encontrou uma família de Nova Andradina que sofreu drama semelhante em 2004. Quando eles ainda residiam em Tangará da serra (MT), Thiago Hashinokuti almoçava em casa, na companhia da família, quando adicionou palmito na salada em seu prato. Duas horas depois ele passou mal, foi encaminhado ao hospital, medicado e retornou pra casa, onde veio a passar mal novamente. Ele foi internado em estado grave, da mesma forma como ocorreu com a criança em Nova Andradina.

O pai do rapaz, Sérgio Hashinokuti, contou à nossa reportagem que um fator chamou a atenção logo no inicio da segunda consulta. “Após perguntar o que ele comeu de diferente, o médico que atendeu meu filho ligou para São Paulo para saber instruções de como proceder. Recebeu as orientações e, logo passou a tratar o caso como botulismo”, conta ele. Menos de 12h após a internação, o garoto que, na época, tinha 19 anos, foi transferido para Cuibá (MT), onde permaneceu em coma por 19 dias.

Na opinião do pai, a rapidez em iniciar a sorologia contra o botulismo fez toda a diferença. “Meu filho ficou, ao todo, 65 dias no hospital. Assim que saiu da UTI, teve que fazer fisioterapia para recuperar os movimentos, pois ele não conseguia nem andar”, relata Sergio, ao sintetizar o poder destrutivo da bactéria.

Nove anos após o drama, a família não conseguiu nenhum resultado especifico que comprovasse a ocorrência do botulismo, porém, segundo a família, os médicos que atenderam o jovem afirmaram a família não haver duvidas quanto à ocorrência da doença. O relato reforça tese de que o diagnóstico em relação ao caso do menino Carlos Eduardo, ocorrido em Nova Andradina, pode ser inconclusivo.

Foto: Divulgação

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