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Não creio em conspirações, mas…

Geral – 20/04/2013 – 08:04

Devo ser o inimigo número 1 de teorias conspiratórias, a ponto de periodicamente me atacar a vontade de criar um “site” chamado www.odeioteoriasconspiratórias.com.br.

Dada essa explicação, sou obrigado a admitir que os Estados Unidos muitas vezes dão combustível para inflamar esse tipo de teorias.

Na quinta-feira, recebi e-mail de um antigo leitor, Igor Cornelsen, que discorda de 11 de cada 10 colunas que escrevo sobre temas econômicos.

Desta vez, Igor não tratou de economia mas da sua própria teoria conspiratória: garantiu que logo a polícia norte-americana apontaria um culpado pelos atentados de Boston, o mataria e, pronto, tudo estaria encerrado sem estar devidamente explicado.

Não é que, desta vez, ele acertou? Tamerlan Tzanaev, tido como tchecheno, foi morto em tiroteio com a polícia. É o sujeito de boné escuro mostrado na noite de quinta-feira pelas tevês de todo o mundo como um dos dois suspeitos de terem colocado as bombas. O outro, o do boné branco, está fugindo da polícia, pelo menos enquanto escrevo.

A teoria conspiratória de Cornelsen ganha ainda reforço pelo fato de que outros suspeitos de crimes (ou autores de fato) também foram assassinados antes de que pudessem contar a sua história. Lembro dois casos, os mais salientes: Lee Oswald, suposto ou real matador do presidente John Kennedy, e Osama bin Laden, fuzilado e cujo corpo foi jogado ao mar.

Por muito que duvide de teorias conspiratórias, tenho que admitir que essas circunstâncias permitem, 50 anos depois do assassinato de Kennedy, que ainda surjam, regularmente, teorias, livros, “papers” acadêmicos etc contestando a teoria oficial.

Atenção, entender não significa concordar.

No caso de Boston, o que diabos faziam dois tchetchenos vivendo em Cambridge, como está sendo informado? Desconfio que ninguém vai saber de fato, porque o “site” Situation Report, da Foreign Policy, publicou, logo após a morte de Tamerlan, que teria sido encontrado um álbum de fotos dele em que diz que não tem um só amigo americano. “Eu não os entendo”, teria acrescentado Tamerlan.

Se ele não tinha um único amigo americano, ninguém vai poder contar o que ele fazia nos Estados Unidos, como vivia, o que pensava. Muito menos ainda se fazia parte de uma organização terrorista mais vasta ou era apenas um “lobo solitário”, como são chamados os, digamos, “free lancers” do terror.

Não é assim que acontecem as coisas nas séries CSI/NCIS, das quais sou fã, e com as quais se parecem os eventos de Boston, na ação inicial e na investigação. Alguma autoridade norte-americana cujo nome me escapou já havia avisado que não cabia comparar as séries com a realidade de Boston.

De acordo: em todos os episódios, os crimes são esclarecidos e carregam uma lógica amarrada do começo ao fim. Não deixam margem para teorias conspiratórias. Quer dizer: a realidade em alguns momentos, pelo menos nos Estados Unidos, abre espaço para ficções que a ficção não consente.

Fonte: Folha de São Paulo

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