Geral – 07/02/2012 – 15:02
A defensora pública Hélia Barbosa chegou por volta das 13h à Assembleia Legislativa da Bahia, onde estão cerca de 300 policiais grevistas, para tentar convencer os pais a permitir a saída de cerca de 30 crianças do prédio.
Segundo ela, ontem (6) foi feita a mesma tentativa, no entanto, os pais não aceitaram a proposta, mesmo com uma decisão da Justiça determinando a retirada dos menores.
Antes de entrar no prédio, ela conversou como o líder do movimento, Marcos Prisco. Ele confirmou a presença das 30 crianças e disse que o movimento não é contrário à saída delas, desde que tenham a anuência dos pais.
“Ele me garantiu que, caso os pais autorizem, o movimento não fará obstáculos para a saída das crianças. Aqui não é um local de proteção. As crianças estão vulneráveis não só no aspecto físico, mas também no psicológico.”
Muitas delas, segundo a defensora, relataram que estão com medo de ficar à noite no prédio, que teve o fornecimento de energia e água cortado desde a madrugada de segunda-feira.
Hoje, o Exército permitiu a entrada de água, alimentos e material de higiene levados por parentes dos grevistas.
A defensora disse ainda que tentará levar as crianças primeiramente para a casa delas, aos cuidados de parentes. Em caso de crianças cujos pais não tenham confiança em deixá-las com outras pessoas, os menores poderão ser encaminhados a abrigos.
CRÍTICAS
A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, criticou a permanência de crianças na Assembleia. Segundo ela, o “uso de crianças como escudo humano” é reprovável.
“O ministro José Eduardo Cardozo [Justiça] está fazendo encaminhamentos pelo governo federal. Não consideramos que se trate de um movimento social. É uma atitude violenta contra a população, por parte de alguns que se apresentam como grevistas”, disse a ministra após participar de cerimônia em Brasília.
Fonte: Folha


