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Para Planalto, PSD desidrata oposição e equilibra poder do PMDB

Política – 03/02/2012 – 16:02

Criado oficialmente há menos de cinco meses sob a bandeira da independência, o PSD é considerado hoje pelo círculo da presidente Dilma Rousseff como o principal trunfo para diminuir a dependência do PMDB, do vice-presidente Michel Temer.

Com uma bancada de 47 deputados na Câmara dos Deputados (outros oito estão licenciados) e dois senadores, o partido idealizado pelo prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, com aval e simpatia do Palácio do Planalto, é a quarta maior bancada da Casa apenas atrás do PT e do PMDB.

Mesmo fora da base aliada, o PSD foi um dos mais fiéis parceiros do governo na aprovação de projetos no Congresso no final do ano passado. Um dos principais exemplos foi a Desvinculação de Receitas da União (DRU), aprovada em dezembro.

“O PSD teve um papel decisivo na aprovação da DRU… Não tem porque isso (a relação do PSD com o governo) mudar… Eu estou entre aqueles do PT que defendem que devamos estar abertos para ampliação das alianças”, disse a jornalistas o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP), nesta semana.

Tanto o Planalto como o grupo do PT ligado ao ex-presidente Lula veem o PSD como um partido “com vocação para o centro”. Seu surgimento, por si só, é comemorado por ajudar a enfraquecer a oposição -de onde vieram a maioria de seus quadros.

Como sinal de deferência, a presidente Dilma recebeu a bancada do partido para um café da manhã no Planalto no ano passado, causando dissabor entre parlamentares petistas. Trocou afagos tanto com Kassab quanto com a senadora Kátia Abreu (TO), outra liderança da sigla.

Formado principalmente por egressos do DEM, o PSD ainda não definiu contornos ideológicos claros. Um exemplo disso é o ex-deputado Indio da Costa, hoje no partido, e que em 2010 foi vice na chapa de oposição à Dilma encabeçada pelo tucano José Serra.

Depois de dizer que o partido não era de “centro, nem de esquerda, nem de direita”, Kassab assumiu a posição de uma legenda de centro e declarou em entrevistas que não teria problema em apoiar a reeleição de Dilma.

Se o Planalto vê com bons olhos mais um partido na balança dos aliados, em especial um que ajudou a minguar ainda mais a oposição, o PSD também tem interesse na aproximação com o governo federal.

Segundo relato de uma fonte do Planalto que falou sob condição de anonimato, o partido não demonstra interesse imediato de ocupar cargos no governo federal, mas a conjuntura poderá mudar depois das eleições municipais de outubro.

“O PSD tem procurado se diferenciar da pecha clientelista que contamina as relações políticas tradicionais”, afirmou a fonte.

Ainda sem direito ao fundo partidário, o PSD trabalha para aumentar sua cota na Câmara e Senado, onde cargos e espaço em comissões resultam em influência política.

ELEIÇÕES 2012

Outra estratégia, segundo um parlamentar do novo partido, é apostar em alianças para as eleições municipais de 2012. Estão em negociação pelo Brasil tratativas com todos os campos políticos -do PT ao DEM, passando pelo PSDB e PSB.

A mais difícil será, de longe, a negociação para a sucessão de Kassab em São Paulo, onde a aliança natural com o PSDB -aliado tradicional que o levou ao poder como vice de José Serra em 2005- não caminha bem.

Desde novembro, Kassab flerta com Lula e o PT, que buscam a eleição do ex-ministro da Educação Fernando Haddad. A possibilidade de união das forças causa revolta em parte do PT paulista.

Para grupos como o da ex-prefeita Marta Suplicy, a defesa da gestão de Kassab pelo PT será inaceitável para a militância histórica do partido.

“O PT e seus pré-candidatos acabam de fazer 32 encontros nos bairros de São Paulo, onde as queixas da população com a atual gestão foram unânimes. Vamos esquecer isso agora?”, pergunta uma lideranças petista da capital paulista, que falou sob condição de anonimato.

Outro petista de São Paulo cita a ligação de Kassab com José Serra e afirma que sua entrada na base do governo se equivale a um “Cavalo de Tróia”.

Ao advogar pela abertura do diálogo, o presidente do PT em São Paulo, Edinho Silva, justifica a importância das negociações para a estratégia nacional do PT.

“A aproximação do PSD com o governo Dilma é muito importante para o fortalecimento do nosso projeto nacional e também nos Estados. Se vamos ter aliança em São Paulo ainda não se sabe, mas está correto manter o diálogo”, afirma Silva.

Fonte: Reuters

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