Acusado utilizava “cura espiritual” como pretexto para cometer crimes contra quatro mulheres em Dourados
A Justiça de Dourados condenou o pastor Evandro Luiz Baptista, de 53 anos, a uma pena de seis anos e oito meses de prisão em regime semiaberto por abusar de quatro mulheres sob o pretexto de “cura espiritual”. A decisão, proferida pela 3ª Vara Criminal no dia 3 de julho, foi divulgada nesta quarta-feira pelo Dourados News.
O pastor foi considerado culpado por um crime de violação sexual mediante fraude e três de importunação sexual. A sentença, assinada pelo juiz Pedro Henrique Freitas de Paula, estabeleceu que um dos casos resultou em uma pena de dois anos e oito meses, com o reconhecimento de abuso de poder e violência contra a mulher. Nos outros três, a condenação foi de um ano e quatro meses para cada vítima.
CRIMES
De acordo com a denúncia, apresentada em 2024, o pastor aproveitava sua posição de líder religioso para convencer as vítimas a praticarem atos sexuais durante rituais noturnos em montes ou no templo. Ele alegava que a “passagem do varão” era necessária para transmitir energia vital e promover a cura.
As vítimas, três jovens de 20 a 22 anos e uma mulher de 40, relataram à polícia beijos forçados, toques íntimos e atos sexuais sem consentimento. Testemunhas confirmaram que fiéis se afastaram da igreja após os incidentes e que obreiros chegaram a pedir que o pastor parasse de ter encontros a sós com mulheres.
PENA
Além da pena de prisão, Baptista foi condenado a pagar uma indenização mínima de R$ 10 mil para cada uma das quatro vítimas. O magistrado negou a substituição da pena por medidas alternativas e rejeitou a suspensão condicional.
O pastor chegou a ser preso preventivamente em agosto de 2024, mas foi solto em novembro do mesmo ano com medidas cautelares. A sentença permite que ele recorra da decisão em liberdade.
Na época do processo, a defesa de Baptista negou os crimes, alegando que as relações foram consensuais. O advogado Rubens Dariu Cabral afirmou que uma das denúncias teria sido feita após a descoberta de um caso extraconjugal e que possuía mensagens e áudios que comprovariam o consentimento das vítimas.
Com informações Campo Grande News