Meta é alcançar 90% de cobertura até 2028; obras já beneficiam milhares de famílias no interior
O Mato Grosso do Sul está perto de se tornar um dos primeiros estados do Brasil a universalizar o serviço de esgoto. A meta é atingir 90% de cobertura até 2028, superando antecipadamente o prazo do Marco Legal do Saneamento, que exige esse índice até 2033.
O avanço é resultado de uma Parceria Público-Privada (PPP) firmada em 2021 com a empresa Ambiental MS Pantanal, que permitiu ao Governo do Estado acelerar obras e investimentos. Só nos últimos quatro anos, foram implantados 553 km de redes coletoras em 52 municípios e um distrito, beneficiando mais de 1 milhão de pessoas e somando R$ 450 milhões em investimentos.
Atualmente, a cobertura de esgoto em MS é de 70% na área urbana. A expectativa é alcançar 85,6% em 2026 e 98% até 2031.
“Vamos chegar à universalização antes do previsto, com saúde, qualidade de vida e respeito ao meio ambiente”, afirmou o governador Eduardo Riedel.
Obras e modernização
Um exemplo é a nova Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Laranja Doce, em Dourados. Inaugurada em janeiro, a unidade moderna trata 80 litros por segundo, atende 25% da demanda da cidade e opera com 97,5% de eficiência, de forma totalmente automatizada.
Segundo Douglas Cunha, supervisor regional da Ambiental MS Pantanal, o uso de materiais mais duráveis e tecnologia de ponta reduz a manutenção e melhora o serviço. “Quem ganha é a população e o meio ambiente”, disse.
Impacto direto na vida das pessoas
Moradores já percebem os efeitos positivos. Sarita Ribeira, do bairro Água Boa, conta que a chegada do esgoto valorizou seu imóvel e trouxe benefícios à saúde. “É o começo de tudo”, afirmou.
Em Ponta Porã, a cobertura já alcança 99%, tornando o município um dos primeiros do Estado a universalizar o serviço. Para o morador Sebastião Neris, a mudança representa mais conforto e economia: “Antes era preciso esvaziar a fossa a cada 40 dias”.
Obras continuam em ritmo acelerado em várias cidades, como Caarapó, onde está sendo construída uma ETE com capacidade para atender 50 mil habitantes. A engenheira ambiental Thais Lopes, responsável pela obra, destaca a automatização do sistema. “Tudo é feito por telemetria. A diferença é enorme”.
Funcionários e moradores como Neri Bento e Wilson Beraldo relatam orgulho em participar dessa transformação. “Antes nem se falava em esgoto aqui. Hoje, é uma nova realidade”, diz Beraldo, que trabalha na Sanesul há 22 anos.
Próximos passos
Até abril de 2026, mais de mil quilômetros de redes devem ser implantados e 258 novas Estações Elevatórias de Esgoto construídas, garantindo a expansão do sistema para todos os bairros. O contrato da PPP prevê investimentos de R$ 1,5 bilhão ao longo de 30 anos.
Para Renato Marcílio, presidente da Sanesul, os avanços vão além dos números. “Cada rede implantada representa qualidade de vida e desenvolvimento sustentável para o nosso Estado”.