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domingo, 22 de junho, 2025

Dívidas com bancos “sujam” o nome de quase 500 mil em MS

Cartão de crédito lidera motivo do endividamento; no total, o Estado tem 1,185 milhão de inadimplentes.

CORREIO DO ESTADO – O endividamento com bancos é um dos principais motores da inadimplência em Mato Grosso do Sul. De acordo com o mais recente levantamento da Serasa, 485.239 sul-mato-grossenses estão com o nome negativado por conta de dívidas com instituições bancárias, o que representa mais de um terço de todos os consumidores inadimplentes do Estado.

O dado chama atenção pela proporção, dos 1.185.306 inadimplentes atualmente registrados em Mato Grosso do Sul, cerca de 41% têm débitos com bancos, seja com cartões de crédito, empréstimos, cheque especial ou financiamentos. Ainda segundo a Serasa, desse total, 141.858 pessoas devem exclusivamente para bancos, ou seja, o único motivo para estarem com o nome sujo são as dívidas bancárias.

O levantamento reforça um cenário preocupante que vem se agravando desde o início do ano. Conforme mostrou o Correio do Estado em reportagem anterior, 350 novos nomes são incluídos por dia no cadastro de inadimplentes no Estado, o que evidencia o peso crescente das instituições financeiras nas contas em atraso dos consumidores.

Levantamento da Serasa ainda mostra que, em dezembro de 2024, o número de inadimplentes em MS era de 1,129 milhão de pessoas, enquanto, em maio deste ano, o total passou a 1,185 milhão. Ou seja, somente neste ano, 55.477 pessoas foram negativadas no Estado.

O mestre em Economia Eugênio Pavão explica que algumas pessoas têm dívidas que se arrastam há alguns anos, porque o período pós-pandemia de Covid-19 agravou a situação de endividamento e inadimplência da população. 

“A pandemia trouxe muita dívida para a população, e algumas não conseguem quitar essas contas, necessitando de recursos extras para isso, entrando em novas dívidas para pagar as antigas”, avalia.

Para o economista Eduardo Matos, o sistema financeiro brasileiro é bastante democrático, o que não é necessariamente ruim, mas pode ser prejudicial, em função da falta de educação financeira.

“Um acesso mais facilitado a instrumentos de crédito de alto risco, como os cartões de crédito e o limite do cheque especial, torna-se arma na mão do cidadão brasileiro. Porque, a partir do momento em que ele tem à sua disposição esse tipo de crédito, ele vai usar – em muitos casos, até mesmo sem pensar – ou vai interpretar como uma extensão de sua renda, o que não é verdade”, considera Matos.

PERFIL

Os dados nacionais da Serasa ajudam a entender melhor o problema. Atualmente, 35 milhões de brasileiros têm algum tipo de dívida bancária, o que representa quase metade do total de inadimplentes no País, que hoje chega a 77 milhões de pessoas negativadas. Juntas, essas dívidas somam mais de 65 milhões de registros de débito com bancos.

O cartão de crédito é, disparado, o principal motivo das pendências financeiras. Segundo pesquisa realizada pela Serasa com 921 consumidores inadimplentes, 69% apontaram o cartão como origem da dívida, seguido por empréstimos pessoais (56%) e uso do cheque especial ou limite da conta-corrente (31%).

O Mapa de Inadimplência da Serasa, com dados de maio deste ano, mostra ainda que o segmento de bancos e cartões de crédito representa 27,8% de todas as dívidas que resultaram em negativação no Brasil. As contas básicas, de água, luz e gás, aparecem em segundo lugar, com 20,3%, e as financeiras, em terceiro, com 19,3%.

MUTIRÃO

Para tentar reduzir a inadimplência, a Serasa lançou uma ação emergencial, que vai até o dia 30, e oferece condições especiais para negociação de dívidas bancárias. Segundo a empresa, estão disponíveis 400 milhões de ofertas, com parcelamentos facilitados e descontos que podem chegar a 97% sobre o valor da dívida original.

“Nos unimos a mais de 50 grandes instituições justamente para conectar os 35 milhões de brasileiros endividados ao setor bancário, atuando como um elo na negociação”, explica Aline Maciel, especialista em Educação Financeira da Serasa.

“Até o fim deste mês, nosso site e aplicativo oferecem centenas de milhões de oportunidades para quem quer sair do vermelho. Está mais fácil se livrar dessas dívidas”, completa.

As negociações podem ser feitas de forma rápida pelos canais digitais, incluindo o aplicativo da Serasa e o site www.serasalimpanome.com.br, além do atendimento via WhatsApp e em mais de 10 mil agências dos Correios em todo o Brasil. Ainda de acordo com a Serasa, o pagamento via Pix garante a limpeza imediata do nome.

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