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sábado, 7 de junho, 2025

Defesa de acusada de esquartejamento alega que mulher vivia ‘inferno sexual’ antes do crime

Advogados de Aparecida Graciano de Souza concederam entrevista à Caçula FM e revelam detalhes sobre os antecedentes da morte de Antônio Ricardo Cantarim, em maio de 2023 em Selvíria.

O caso que chocou Selvíria e ganhou repercussão regional no dia 26 de maio de 2023 volta aos holofotes nesta semana com o julgamento marcado para quarta-feira, 11, no Fórum de Três Lagoas. Aparecida Graciano de Souza, acusada de matar e esquartejar seu companheiro, Antônio Ricardo Cantarim, de 64 anos, será ouvida pela primeira vez diante do Conselho de Sentença. Em entrevista exclusiva ao programa ‘Ronda Policial’ com Fábio Campos da Caçula FM desta sexta-feira, 06, os três advogados de defesa apresentaram detalhes inéditos e defenderam que a ré agiu após anos de abusos sexuais, psicológicos e ameaças de morte.

Segundo a versão apresentada pelos advogados Kathleen Figueiredo, Rogério de Souza e Valdir Rocha dos Santos, Aparecida teria vivido durante quase dois anos sob cárcere emocional, sendo supostamente dopada e violentada rotineiramente. A defesa afirma que Antônio respondia a uma acusação de abuso sexual contra uma neta postiça, crime que teria ocorrido entre 2020 e 2023, e só não foi julgado devido ao seu falecimento.

De acordo com os relatos de Kathleen Figueiredo, a ré era forçada a consumir bebidas alcoólicas misturadas a medicamentos e abusada enquanto estava inconsciente. Ela também teria sido ameaçada de morte, bem como sua filha, caso denunciasse os abusos. A linha de defesa se baseia no argumento de violência sexual e psicológica crônica, que teria culminado em um ato desesperado. “Ela foi colocada em uma situação de terror diário. No dia dos fatos, ele se revelou: disse que não precisava mais dopá-la para fazer o que queria. Aquilo foi o estopim”, relatou o advogado Valdir Rocha.

Os advogados explicaram que, ao assumirem o caso em abril deste ano, não puderam mais apresentar testemunhas, decisão já consolidada pelo magistrado. A estratégia, portanto, será focar no depoimento direto da acusada aos jurados, para que eles tenham acesso, pela primeira vez, à narrativa completa de quem não havia sido ouvida formalmente em juízo. “Ela nunca teve voz para contar o que viveu. Vai contar agora. Os jurados precisam ouvir dela o que houve”, declarou Rogério de Souza.

Apesar de a acusação sustentar que o crime envolveu envenenamento com a substância conhecida como “mão branca”, a defesa alega que não há laudo técnico que comprove o uso de veneno. “No atestado de óbito consta apenas a suspeita de envenenamento. Não há exame conclusivo, nem prova científica. Nem mesmo há laudo de que o corpo estivesse em um freezer, como se propagou na época”, reforçou Valdir.

Segundo as investigações da época, o corpo do companheiro foi esquartejado, com parte dos restos mortais encontrados dentro de uma mala abandonada e outra parte supostamente armazenada em um freezer na casa da mulher, informação que, agora, é questionada pela defesa.

A mulher foi presa dias depois do crime e, desde então, aguarda julgamento. Ela tem 62 anos, sem antecedentes criminais, e tem filhos de outro relacionamento. Vivia com o companheiro em uma residência alugada.

O julgamento ocorrerá às 8h30, no Fórum de Três Lagoas, com transmissão ao vivo pelo canal “Júris em Três Lagoas”. A defesa convida a população a acompanhar o processo. “Esse caso não é só sobre um crime bárbaro. É sobre uma história de violência, silenciada por medo e vergonha. Agora é hora de contá-la por completo”, concluiu a defesa.

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