Um estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Bioinformática e Neurogenética (LaBiN) da PUCPR confirmou que o consumo de álcool durante a gravidez pode prejudicar o desenvolvimento neurológico do feto, levando ao Transtorno do Espectro Alcoólico Fetal (TEAF). Esse transtorno inclui deficiências físicas, mentais e comportamentais, sendo frequentemente confundido com autismo em crianças pequenas.
Os pesquisadores observaram que o etanol afeta a organização da cromatina — estrutura que compacta o DNA — e interfere na formação e funcionamento das redes neurais durante o desenvolvimento cerebral. Segundo o coordenador do LaBiN, Roberto Hirochi Herai, estudos anteriores já haviam relacionado o álcool ao TEAF, que afeta cerca de 1 em cada 20 nascimentos nos EUA, embora faltem dados no Brasil.
Dados do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (Cisa) mostram que, entre 2010 e 2023, o consumo excessivo de álcool entre mulheres aumentou de 10,5% para 15,2%. Nos homens, a taxa se manteve estável. O aumento geral foi de 18,1% para 20,8%. Os pesquisadores alertam que, para gestantes, não há uma quantidade segura de álcool conhecida.
Bruno Guerra, coautor do estudo, ressaltou que ainda se sabe pouco sobre os efeitos moleculares do álcool no desenvolvimento do córtex cerebral fetal. Compreender essas alterações poderá ajudar no desenvolvimento de tratamentos para o TEAF e embasar políticas públicas de saúde voltadas à prevenção.
Com informações Agência Brasil