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sexta-feira, 4 de julho, 2025

‘Rota da Celulose’ é leiloada por 30 anos com promessa de investimentos na casa dos R$ 10 bilhões

Consórcio K&G venceu leilão nesta quinta-feira, 08, com maior desconto tarifário e administrará mais de 870 km de rodovias estaduais e federais estratégicas para o escoamento da produção em Mato Grosso do Sul.

O trecho rodoviário conhecido como Rota da Celulose, que abrange 870,3 quilômetros de estradas estaduais e federais no leste de Mato Grosso do Sul, já tem novo operador. O Consórcio K&G Rota da Celulose venceu o leilão realizado nesta quinta-feira, 08, na B3, em São Paulo, e ficará responsável pela concessão da malha por um período de 30 anos.

A proposta vencedora apresentou desconto tarifário de 9% sobre o teto do pedágio e incluiu um aporte financeiro de R$ 217,3 milhões, superando outros três concorrentes, incluindo nomes de peso como o BTG Pactual Infraestrutura III e o Consórcio Caminhos da Celulose.

A concessão compreende trechos das rodovias MS-040, MS-338, MS-395, BR-262 e BR-267, vias cruciais para o escoamento de celulose, grãos e insumos agrícolas, especialmente das regiões de Três Lagoas, Água Clara, Ribas do Rio Pardo e Nova Alvorada do Sul — polos produtivos em ascensão no agronegócio brasileiro.

Conforme estudos do edital, o contrato prevê investimentos totais de R$ 10,1 bilhões, sendo R$ 6,9 bilhões destinados a obras de infraestrutura e o restante ao custeio operacional. Entre as principais obras estão:

  • Implantação do sistema de pedágio eletrônico Free Flow, sem praças físicas;
  • Duplicação de 146 km em trechos críticos, como a MS-040 e a BR-262;
  • Construção de contornos urbanos em municípios sensíveis ao tráfego pesado, como Água Clara, Ribas do Rio Pardo e Bataguassu;
  • Instalação de câmeras de vigilância, painéis de mensagens eletrônicas, bases operacionais e atendimento médico de urgência.

A cobrança de pedágio só poderá ser iniciada após a execução de parte das obras iniciais, embora o edital não detalhe o percentual mínimo necessário para a liberação da tarifa, o que tem gerado críticas e dúvidas entre especialistas e lideranças regionais.

O consórcio vencedor é formado pela K-Infra, empresa com histórico de gestão na Rodovia do Aço (BR-393), entre o Rio de Janeiro e Minas Gerais, e pela Galápagos Capital, corretora paulista com forte atuação em projetos de infraestrutura e finanças estruturadas. A K-Infra é reconhecida por práticas de segurança viária e sustentabilidade ambiental.

A Rota da Celulose está integrada a trechos estratégicos que, no futuro, se conectarão ao corredor da Rota Bioceânica, iniciativa logística que ligará o Brasil ao Pacífico por meio de rodovias e portos no Paraguai, Argentina e Chile. Essa interligação poderá ampliar significativamente as exportações brasileiras, reduzindo tempo e custo de transporte.

Com a concessão, o governo de Mato Grosso do Sul espera acelerar obras e melhorias na infraestrutura rodoviária, aumentar a segurança no transporte de cargas e reduzir os gargalos logísticos enfrentados por produtores e transportadoras.

Apesar do sucesso do leilão e da competitividade entre os proponentes, o projeto ainda enfrenta críticas quanto à transparência no cronograma de execução das obras e à definição de regras para o início da cobrança do pedágio. Também há expectativas por maior clareza sobre desapropriações, impactos ambientais e planos por trecho.

Especialistas em concessões ressaltam que a fiscalização da execução contratual será essencial para garantir que os investimentos se convertam em melhorias reais para os usuários e que a receita arrecadada pelo pedágio seja revertida em benefícios concretos à malha rodoviária e à economia local.

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