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segunda-feira, 5 de maio, 2025

Inclusão digital esbarra em desigualdade educacional, indica pesquisa

Um novo recorte do Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado nesta segunda-feira (5), revela que a familiaridade com leitura e escrita não garante pleno domínio das ferramentas digitais. Apesar de pessoas com maior nível de compreensão leitora apresentarem mais facilidade para tarefas online — como compras virtuais, envio de mensagens e preenchimento de formulários —, o estudo mostra que 40% dos brasileiros considerados alfabetizados proficientes têm apenas desempenho digital médio ou baixo.

O levantamento, realizado após seis anos de interrupção, pela primeira vez inclui a dimensão do alfabetismo digital para entender como as mudanças tecnológicas impactam o cotidiano da população. Entre os participantes com menor escolaridade, as dificuldades são ainda mais acentuadas: 95% dos analfabetos funcionais não conseguem realizar tarefas básicas no ambiente digital, como acessar um site ou seguir instruções para uma compra online.

A edição 2024 do Inaf avaliou 2.554 brasileiros entre 15 e 64 anos, de todas as regiões do país, entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025. Os participantes foram submetidos a testes práticos em celular, como simular a compra de um par de tênis a partir de um anúncio nas redes sociais e preencher formulários de inscrição em eventos. Com base nas respostas, os entrevistados foram classificados em três níveis de alfabetismo digital: baixo, médio e alto.

Os resultados mostram que, no grupo com alfabetismo elementar, 67% têm desempenho digital médio. Ainda assim, 18% relataram que o ambiente digital representa uma barreira adicional em suas tarefas cotidianas. Já entre os alfabetizados proficientes, 60% apresentam alto desempenho digital, mas 37% continuam com desempenho intermediário e 3% ainda estão no nível mais baixo.

Para a coordenadora do Observatório Fundação Itaú, Esmeralda Macana, os dados são um alerta. “As habilidades digitais não são supérfluas. São fundamentais para acessar serviços como o Pix, agendamentos médicos, programas sociais e documentos oficiais. Se uma pessoa não domina esses recursos, ela está excluída de direitos básicos”, afirma.

A pesquisa também destaca o impacto da idade sobre a performance digital: os jovens entre 20 e 29 anos concentram a maior proporção de indivíduos com desempenho alto (38%), seguidos por adolescentes de 15 a 19 anos (31%).

Segundo Roberto Catelli, coordenador da área de educação de jovens e adultos da Ação Educativa, os dados reforçam que as desigualdades no acesso à educação tradicional se repetem no universo digital. “Não adianta pensar que o mundo digital por si só vai solucionar os problemas. As mesmas barreiras que impedem o acesso à educação formal se refletem no desempenho digital dessas pessoas”, observa.

O Inaf é coordenado pela Ação Educativa e pela consultoria Conhecimento Social. A edição de 2024 é realizada em parceria com a Fundação Itaú, Fundação Roberto Marinho, Instituto Unibanco, Unicef e Unesco. A margem de erro da pesquisa varia entre dois e três pontos percentuais, com 95% de nível de confiança.

Com informações Agência Brasil

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