A maioria dos líderes partidários da Câmara decidiu adiar a votação da urgência do projeto de lei que propõe anistia a condenados por envolvimento nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que o adiamento busca abrir espaço para diálogo e construção de um consenso sobre o tema, considerado sensível por todas as bancadas.
A oposição, que coletou 264 assinaturas para tentar acelerar a tramitação, reagiu com ameaças de obstruir os trabalhos da Casa, com exceção da sessão da CCJ que julgará o recurso contra a cassação de Glauber Braga (PSOL-RJ). Segundo o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, já existe um novo esboço de texto focado exclusivamente nos fatos do 8 de janeiro, com o objetivo de revisar penas consideradas exageradas.
O governo, por outro lado, não considera a anistia prioridade, enfatizando que não se pode perdoar quem arquitetou um golpe contra a democracia. O líder governista, José Guimarães (PT-CE), afirmou que o foco está em pautas como a isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e a PEC da Segurança Pública.
A proposta original previa anistia ampla para manifestantes desde outubro de 2022, mas vem sendo reavaliada. Enquanto isso, a denúncia da PGR contra os envolvidos aponta tentativa de golpe com apoio das Forças Armadas e previsão de assassinatos de autoridades, acusações negadas pelos investigados.
Com informações Agência Brasil