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sexta-feira, 19 de setembro, 2025

Policiais penais de MS participam de oficina para fortalecimento do sistema prisional

Nesta semana, Mato Grosso do Sul recebe a “Oficina Pena Justa: Enfrentando o Estado de Coisas Inconstitucional nas Unidades da Federação”, promovida pela Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), com apoio da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário), por meio de suas escolas penitenciárias. O evento reafirma o compromisso das instituições envolvidas no fortalecimento das políticas públicas voltadas ao sistema prisional brasileiro.

As oficinas “Pena Justa” têm como objetivo apresentar os fundamentos, princípios e metodologias do plano nacional para os estados e o Distrito Federal, promovendo a aproximação entre as unidades federativas e as diretrizes da execução penal. O evento tem duração de dois dias, totalizando 12 horas de atividades, divididas entre exposições teóricas e oficinas práticas.

As discussões são conduzidas por especialistas renomadas na área: a doutora Stephane Silva de Araújo, diretora da Escola Nacional de Serviços Penais da Senappen, doutora e mestre em Educação pela UFPEL (Universidade Federal de Pelotas), bacharel em Direito e licenciada em Pedagogia; e a doutora Luísa Bertrami D’Angelo, pós-doutoranda e doutora em Psicologia Social pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). Ambas trazem vasta experiência e conhecimento para o desenvolvimento das atividades.

Durante a abertura, a diretora da Espen Nacional destacou o compromisso da Senappen em interiorizar o Plano Pena Justa, levando conhecimento e diretrizes a todos os estados. “Precisamos entender do que se trata a ADPF 347, o que é o Plano Pena Justa e como ele pode impactar a realidade de cada unidade federativa”, afirmou. Segundo ela, a oficina permite que os participantes analisem a realidade local e sistematizem boas práticas já existentes, além de identificar novas ações necessárias para melhorar o sistema prisional nos próximos três anos.

A doutora Luísa D’Angelo complementou explicando a história dos planos de reforma do sistema prisional. “A qualificação dos servidores, por exemplo, é uma meta antiga, já mencionada desde 1920. O Plano Pena Justa não traz apenas novidades, mas sim um arranjo que convida os profissionais do sistema a contribuírem ativamente com soluções”, ressaltou.

Compromisso com a melhoria do sistema

O diretor-presidente da Agepen, Rodrigo Rossi Maiorchini, que participou da abertura da oficina, elogiou o compromisso dos policiais penais. “Nossos servidores são implacáveis na missão de custodiar e ressocializar, principalmente por meio de políticas públicas voltadas ao trabalho, educação, saúde e religiosidade, além das ações de segurança”, destacou. Ele ainda reforçou a importância da elaboração de um plano estadual robusto para transformar a realidade prisional do estado.

O desembargador Luiz Gonzaga Mendes Marques ressaltou a importância da união de esforços para amenizar os desafios do sistema prisional. “Sabemos que não é possível eliminar todos os problemas, mas podemos criar um ambiente diferente, mais justo e eficiente”, afirmou.

Já o defensor público Cauhê Urdiales enfatizou o papel fundamental dos servidores do sistema prisional, muitas vezes trabalhando em condições adversas. “Vocês garantem que o sistema continue funcionando, assegurando ordem e segurança. Esta oficina é uma oportunidade para fortalecer o diálogo e construir soluções conjuntas para um sistema mais justo”, pontuou.

Representando o Governo do Estado, o secretário-executivo de Justiça da Sejusp, Rafael Garcia Ribeiro, reforçou que já teve uma prévia discussão com o secretário da Senappen, André Garcia, sobre a questão do sistema penitenciário. “Não só do nosso estado, mas também tivemos a oportunidade de ouvir dele sobre a situação de outros estados. E nos trouxe sua tranquilidade de saber, que o nosso estado está muito bem no contexto geral”, elogiou.

Mato Grosso do Sul tem seis meses para apresentar seu plano estadual ao Supremo Tribunal Federal, com suporte da Senappen. O objetivo é unir forças para desenvolver e executar o melhor plano possível, dentro de um prazo razoável, para aprimorar o sistema prisional local.

A “Oficina Pena Justa” reforça a necessidade de discussão ampla sobre a realidade prisional brasileira, trazendo servidores, especialistas e representantes de diversas instituições para debater soluções e caminhos para um sistema penitenciário mais eficiente e humanizado.

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Exportações de alimentos caem US$ 300 milhões em agosto, aponta ABIA

A balança comercial da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (ABIA) registrou uma queda de US$ 300 milhões nas exportações de alimentos industrializados em agosto, o que representa uma retração de 4,8% em relação a julho. No total, o setor exportou US$ 5,9 bilhões no mês. O principal fator para a queda foi a redução nas compras dos Estados Unidos, que importaram US$ 332,7 milhões em agosto — queda de 27,7% em relação a julho e de 19,9% na comparação com agosto de 2024. TARIFA Segundo a ABIA, o resultado reflete a nova tarifa de 50% imposta pelo governo norte-americano sobre produtos brasileiros, além da antecipação de embarques em julho, antes da entrada em vigor da medida. Em julho, os EUA haviam importado US$ 460,1 milhões em alimentos industrializados do Brasil. Os produtos mais afetados foram: Açúcares: queda de 69,5% Proteínas animais: recuo de 45,8% Preparações alimentícias: baixa de 37,5% INFLEXÃO “O desempenho das exportações nos dois últimos meses evidencia uma inflexão clara: o crescimento expressivo de julho foi seguido por ajuste em agosto, sobretudo nos EUA, impactados pela nova tarifa, enquanto a China reforçou seu papel como mercado âncora”, afirmou João Dornellas, presidente executivo da ABIA. Segundo Dornellas, a retração indica a necessidade de o Brasil diversificar seus parceiros comerciais e ampliar sua capacidade de negociação. MÉXICO Com a queda nas exportações aos EUA, o México despontou como um dos mercados em ascensão. As exportações para o país cresceram 43% em agosto, totalizando US$ 221,15 milhões — cerca de 3,8% do total. O principal produto comprado pelos mexicanos foram proteínas animais. “O avanço do México, que coincide com a retração das vendas aos Estados Unidos, indica um possível redirecionamento de fluxos e a abertura de novas rotas comerciais, movimento que ainda requer monitoramento para identificar se terá caráter estrutural ou apenas conjuntural”, afirmou a ABIA. IMPACTO A projeção da entidade é de que os impactos da tarifa norte-americana se intensifiquem no acumulado de 2025. Entre agosto e dezembro, a estimativa é de uma retração de 80% nas vendas para os EUA dos produtos atingidos pela tarifa, com perda acumulada de US$ 1,351 bilhão. CHINA A China manteve a liderança entre os compradores de alimentos industrializados brasileiros, com importações de US$ 1,32 bilhão em agosto — alta de 10,9% sobre julho e de 51% em relação ao mesmo mês de 2024. O país asiático respondeu por 22,4% das exportações do setor no mês. OUTROS Outros mercados apresentaram desempenho negativo: Liga Árabe: queda de 5,2%, com US$ 838,4 milhões importados União Europeia: retração de 14,8% sobre julho e de 24,6% na comparação com agosto de 2024, com compras de US$ 657 milhões No acumulado de janeiro a julho de 2025, as exportações do setor somaram US$ 36,44 bilhões, uma leve queda de 0,3% em relação ao mesmo período de 2024. A principal causa foi a menor produção de açúcar durante a entressafra. SUCO Um dos poucos segmentos que registrou crescimento foi a indústria de suco de laranja, que não foi afetada pelas tarifas. Em agosto, o setor teve alta de 6,8% em relação a agosto de 2024, embora tenha recuado 11% frente a julho por causa da antecipação de embarques. EMPREGO A indústria de alimentos fechou julho com 2,114 milhões de empregos formais e diretos. No comparativo interanual, o setor criou 67,1 mil novas vagas entre julho de 2024 e julho de 2025, o que representa crescimento de 3,3%. Somente em 2025, foram abertos 39,7 mil postos diretos e outros 159 mil na cadeia produtiva, incluindo agricultura, pecuária, embalagens, máquinas e equipamentos.