Economia – 24/01/2012 – 12:01
No último trimestre de 2011, a procura do petróleo registrou uma queda de até 300 mil barris por dia, relata uma pesquisa levada a cabo pela Agência Internacional de Energia (AIE). Entre as causas do fenômeno, os peritos citam um inverno quente, os elevados preços de hidrocarbonetos, a prolongada crise nos países da União Européia e a redução do consumo na China e na Índia.
Entretanto, Igor Tomberg, perito do Centro de Pesquisas Energéticas junto da Academia Nacional das Ciências, constata que estes fatores estão a ser equilibrados por outros tantos.
– O preço de petróleo depende não apenas da procura, mas também de fatores políticos e da ação de especuladores nos mercados. Mas, acima de tudo, os preços vêem-se dependentes de flutuações de ativos livres nos mercados financeiros. Por isso, a queda do consumo do petróleo terá repercussões ligeiras na formação de preços.
O perito do Instituto da Economia da Academia de Ciências, Vladimir Volochin, prossegue o tema com o seu parecer:
– Nos próximos meses, o preço de petróleo não deverá evidenciar uma queda brusca devido a uma série de fatores. Antes de mais, deve-se levar em conta o agravamento das relações entre os EUA e o Irã, a situação no Médio Oriente em geral, o que põe em jogo a estabilidade de fornecimentos. Além disso, existe a possibilidade de bloqueio do estreito de Ormuz. Estes, contudo, são os fatores que impedem a redução de preços de petróleo.
Não se pode excluir a hipótese de que os elevados riscos políticos e militares relacionados com o Irã possam vir a contribuir igualmente para o aumento de preços perante a diminuição da procura, frisa o perito.
– Para a Rússia, a situação não vai mudar muito. Não vejo algumas ameaças sérias. Diante de propostas de embargar as importações do petróleo iraniano, a Rússia tem vindo a ganhar do ponto de vista de progressiva procura para os seus recursos energéticos – petróleo e gás natural.
Enquanto isso, os diplomatas de 27 paises comunitários, numa reunião que decorreu hoje em Bruxelas, acordaram a decisão sobre o embargo às importações do petróleo iraniano. Deste modo, até 1 de julho, os importadores da União Européia deverão suspender definitivamente os fornecimentos daquele país. Importa recordar que a maior parte das importações do Irã, cerca de 68 %, cabem à Grécia, Itália e Espanha.Os ministros decidiram ainda decretar embargo imediato aos novos contratos com o Irã nesta área. Todavia, as principais bolsas mundiais reagiram com calma a esta notícia.
Fonte: Voz da Rússia