15/03/2021 10h06
Por: Paulo Renato
CAMPO GRANDE (MS) A cena é desesperadora só de ouvir falar. Por volta das 14h30, o socorro é chamado por vizinhos depois de uma criança, de apenas 5 anos, abrir o portão de casa e sair aos prantos pedindo ajuda na rua. Ao procurar a mãe do menino, o cenário é ainda mais devastador. Dentro de casa não há mais salvamento para a mulher de 35 anos, que tirou a própria vida, na frente do filho.
Com balões de luvas improvisados pelo CBM (Corpo de Bombeiros Militar) em mãos, minutos depois o garotinho segue “perdido” entre adultos desconhecidos em frente de casa, na região sul de Campo Grande. Cercando o portão, vizinhos e militares compunham o cenário que o sociólogo Émile Durkheim define como “denúncia individual de uma crise coletiva”: um suicídio.
“Ela parecia feliz, ninguém pensava que ia chegar nisso”. “Sempre passava brincando aqui na frente”. Da boca dos vizinhos não sai a palavra “suicídio”, só as respirações mais profundas e comentários sobre como a mulher em nada parecia depressiva. Contrário a esses depoimentos, o relato de pessoas próximas é que a vítima enfrentava a doença há tempos.
Na rua calma, a movimentação começou com os vizinhos tentando encontrar alguém da família para retirar a criança da cena. Enquanto o menino chorava e pedia para entrar na casa, o jeito encontrado pelos bombeiros foi improvisar um brinquedo. Quando ele já estava longe dali, carros da perícia e da funerária não deixavam dúvidas sobre o desfecho ruim.
Fonte: Campo Grande News



