28.9 C
Três Lagoas
domingo, 13 de julho, 2025

Exageros da política macroeconômica podem ser perigosos, alerta BNDES

Economia – 12/05/2012 – 12:05

Rio de Janeiro – A atuação dos bancos centrais internacionais, dentro das políticas macroeconômicas, ao influenciar a formação de taxa de juros de longo prazo, pode ser algo perigoso em certa medida, alertou ontem (11) o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, em palestra durante seminário internacional sobre política industrial, no Rio de Janeiro.

Ele explicou que os bancos centrais têm comprado títulos de longo prazo, com o objetivo de valorizar o título e, artificialmente, diminuir a taxa desses papéis. “Você tem hoje taxa de retorno de papéis de longo prazo de 2% ao ano, para papéis de 20 anos, 30 anos. Em grande medida, por um ativismo de bancos centrais comprando esses papéis, artificialmente valorizando e interferindo na formação da taxa de mercado”.

Coutinho disse que embora a política macroeconômica “aparente ser neutra”, ela acaba interferindo, nesse caso, na formação do custo de capital de longo prazo. Segundo o presidente do BNDES, essa interferência dos bancos centrais pode ser um mecanismo perigoso, porque a formação dos títulos de longo prazo tem um papel relevante na regulação dos mercados de capitais.

“Quando você, artificialmente, reduz muito os juros de longo prazo, na hora que o governo sai de cena, você pode ter uma reversão muito forte na taxa. Aparentemente, é uma coisa inofensiva no curto prazo, mas ela pode vir a ter consequências”.

Coutinho observou que as políticas macroeconômicas têm um impacto direto sobre o processo de decisão do setor empresarial e suas estratégias. Taxa de câmbio, taxa de juros, condições de crédito e de mercado de capitais são, segundo ele, variáveis essenciais para o processo microeconômico de tomada de decisões. Esclareceu que a política macroeconômica pode ser benigna ou desfavorável para o desenvolvimento industrial.

Na avaliação do presidente do BNDES, não se pode pensar em política industrial sem levar em conta o contexto global que, atualmente, reúne três elementos importantes: a administração da crise internacional; a mudança da geografia econômica mundial; e a aceleração do progresso tecnológico.

Ele destacou também a importância do mercado de capitais para dar suporte financeiro à política industrial, além dos instrumentos de regulação e de coordenação. Dentro desse cenário, Coutinho observou que a instabilidade e a volatilidade são riscos que a política industrial deve evitar.

Fonte: Agência Brasil

Deu na Rádio Caçula? Fique sabendo na hora!
Siga nos no Google Notícias (clique aqui).
Quer falar com a gente? Estamos no Whatsapp (clique aqui) também.

Veja também

Mercado de veículos em MS cresce no 1º semestre de 2025 com alta nas vendas de usados e novos

O mercado automotivo de Mato Grosso do Sul registrou crescimento expressivo no primeiro semestre de 2025. Segundo dados do Detran-MS, o Estado contabilizou 227.293...

Brasil amplia parceria com China e atrai bilhões em investimentos para diversificar exportações

Diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, o Brasil tem intensificado esforços para diversificar suas exportações e consolidar a parceria comercial...

Homem que morreu ao lado de ginásio em Três Lagoas era foragido da Justiça por homicídio

Álvaro Bueno, de 45 anos, tinha mandado de prisão em aberto por homicídio qualificado e pena de 12 anos a cumprir em regime fechado A...