Neli Terezinha foi acolhida pela família ainda criança, mas sempre teve que prestar serviços aos mesmos
19/01/2021 09h36
Por: Gabrielle Borges
Campo Grande (MS) – Acolhida aos seis anos e, desde então, prestando serviços à família que a recebeu. O tratamento de proximidade entre Tereza e os que a receberam dava a entender que ela era da família. Contudo, o tratamento era diferente: logo cedo, diferente dos demais, teve que se dedicar ao trabalho doméstico, sem ter oportunidades fora dali.
Quase seis décadas depois, veio o despejo. A família que ora a tratou como ‘de casa’ pediu para ela sair do local, afirmando que ela não teria direito a nada, nem como filha, nem como empregada que dedicou a vida a servi-los.
A situação de Neli Terezinha de Souza Machado Rodrigues, de 63 anos, já foi relatado ao site Campo Grande News em novembro do ano passado. Tudo foi parar na Justiça, que encerrou de forma surpreendendo, negando provimento ao pedido de indenização de Tereza – nome que recebeu da família alvo da ação e nega a ela, agora, direitos.
Sentença –
Na sentença, de 14 de janeiro deste ano, a juíza do Trabalho substituta, Lilian Carla Issa negou provimento ao pedido indenizatório de Tereza, mesmo que haja relato que além da função doméstica, também passou a ser cuidadora.
Em outro trecho, ela ainda destaca que uma evidência de que Tereza era tratada como filha é a inclusão de seu nome como dependente do patriarca da família na União Beneficente das Forças Armadas, e segue argumentando.
Recurso –
Sem ser reconhecida como integrante da família e também sem ser reconhecida como funcionária, Tereza tem seu futuro agora incerto. Segundo Alessandra, os então ‘irmãos’ de sua mãe vão pedir a desocupação da casa onde ela está morando, solicitando ainda o corte do fornecimento de água e luz.
