24/04/2018 15h20
O foco das ações do Setor de Vigilância em Saúde do Trabalhador vem sendo a prevenção e conscientização
Por: Da Redação
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Três Lagoas, por meio da equipe do Setor de Vigilância em Saúde do Trabalhador, homenageia, neste mês de abril, as vítimas de acidentes e doenças do trabalho.
A homenagem é alusiva ao Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho, celebrado em 28 de abril, desde 1969, quando ocorreu uma explosão em uma mina, na cidade de Farmington, estado da Virgínia, nos Estados Unidos, acidente que matou 78 trabalhadores.
Essa ocorrência, de repercussão mundial, como lembrou a coordenadora do Setor de Vigilância em Saúde do Trabalhador, Maria Aparecida de Oliveira, marca a homenagem e deu origem ao movimento “Abril Verde”, movimento de iniciativa popular, com participação espontânea da sociedade, que chamou à atenção das autoridades para adoção de políticas públicas, voltadas para a prevenção de acidentes do trabalho e doenças ocupacionais.
Maria Aparecida explicou que, no Brasil, o movimento “Abril Verde” também surgiu de iniciativa particular com o apoio do poder público, que chegou a instituir, através de Lei, o dia 28 de abril como Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho.
“Nossas ações foram intensificadas a partir do dia 7, quando a SMS de Três Lagoas promoveu a Expo Saúde, na Praça Senador Ramez Tebet. Nessa ocasião, procuramos distribuir lacinhos verdes, alusivos ao Abril Verde, mês de ações de conscientização e prevenção de acidentes e doenças do trabalho”, comentou a coordenadora do Setor de Vigilância em Saúde do Trabalhador.
O dia 28 de abril também foi adotado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), a partir de 2003, como o Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho.
“Em memória e respeito aos trabalhadores falecidos, todos lamentamos as mortes. No entanto, as mortes no trabalho continuam sendo alerta para a responsabilidade de darmos importância à saúde e prevenção de doenças e acidentes”, ressaltou Maria Aparecida.
“Por isso que o movimento Abril Verde tem a finalidade de intensificarmos, neste período do ano, as ações de orientação e educação sobre a importância da prevenção de acidentes e doenças no trabalho”, completou.
Com esse intuito, a SMS de Três Lagoas, por meio do Setor de Vigilância em Saúde do Trabalhador, fixou faixa, alusiva à saúde do trabalhador, em vários locais da Cidade, como, por exemplo, na frente do Centro de Especialidades Médicas (CEM), no Santos Dumont.
DADOS SÃO PREOCUPANTES
Em 2017, segundo o Concat, sistema para consulta de dados da CAT – Comunicação de Acidentes de Trabalho, o estado de Mato Grosso do Sul registrou um total de 7.830 acidentes de trabalho. Em Três Lagoas, nesse mesmo ano, foram 748 acidentes.
Desse total de acidentes notificados em Três Lagoas, as fichas de notificação recebidas e investigadas revelam que: 21 casos são de acidentes por animal peçonhento, relacionado ao trabalho; 587 foram acidentes de trabalho grave, ou seja, ocorreram no exercício do trabalho a serviço da empresa, “provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause morte, ou perda, ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho”; 78 foram acidentes de trabalho com exposição a material biológico; 07 trabalhadores se acidentaram devido a intoxicação exógena (substâncias químicas) relacionada ao trabalho; 22 trabalhadores sofreram lesões por esforços repetitivos/distúrbios osteomusculares; e 33 trabalhadores sofreram transtornos mentais relacionados ao trabalho.
Desse total de fichas recebidas em 2017, após as investigações da equipe do Setor de Vigilância em Saúde do Trabalhador, seguindo os procedimentos da sua competência, 97 dos casos foram avaliados “Acidentes Graves” e 04 resultaram em óbito.
Os números de ocorrências “continuam preocupantes. Em 2018, em relatórios computados até 15 de abril, o Setor de Vigilância em Saúde do Trabalhador já recebeu 544 Fichas de Notificação de Doenças e Agravos em Saúde do Trabalhador, que estão sendo investigados pela nossa equipe”, informou Maria Aparecida.
“Nesse trabalho de investigação, mantemos contato com o trabalhador acidentado e sua família, empregador, sindicatos, Vigilância Sanitária, Ministério Público do Trabalho e outros órgãos públicos, quando se faz necessário”, completou.
