A Instituição não informou se vai ampliar investigação para outros cursos
19/02/2019 15h04
Por: Deyvid Santos
A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) cancelou a matrícula de 18 acadêmicos do curso de Medicina após verificar que as informações prestadas por eles para terem acesso à política de cotas sociais para o ingresso na instituição eram falsas.
No dia 5 de fevereiro, 23 estudantes tiveram de se apresentar à banca de verificação da condição de cotista. Um resultado preliminar foi divulgado no dia 7 de fevereiro, confirmando as informações de apenas dois acadêmicos. Os estudantes tiveram um prazo para entrar com recurso e o resultado final foi divulgado no último dia 15.
Dos 21 estudantes, apenas três tiveram o recurso aceito. Os outros terão as matrículas canceladas. A reportagem entrou em contato com a instituição para saber se a atuação desta banca de verificação vai se estender para outros cursos. Em nota, a UFMS respondeu que, “as denúncias são apuradas”, mas não detalhou se ocorre uma investigação partindo da própria instituição.
Os alunos poderão aproveitar as matérias caso façam outro vestibular. Em alguns casos, os acadêmicos estavam no 4º ano.
OUTRA INVESTIGAÇÃO
Um inquérito para “apurar a (ir)regularidade do método de identificação do componente étnico-racial dos candidatos inscritos no sistema de cotas para ingresso no ensino superior, implementado na UFMS em cumprimento às determinações contidas na Lei n° 12.711, de 29 de agosto de 2012” ainda está em tramitação na Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC) do Ministério Público Federal (MPF).
ENTENDA O CASO
Acadêmicos do curso de Medicina da UFMS denunciaram fraudes na utilização das cotas utilizadas pela instituição destinadas a pessoas negras ou pardas, deficientes físicos e com baixa renda.
Segundo eles, alguns estudantes beneficiados tinham estilo de vida incompatível com o preconizado no edital quando o quesito era renda. Outros deixavam dúvidas em relação ao fenótipo e tinha até acusação de laudo médico falsificado. O Ministério Público Federal (MPF) foi acionado para investigar os casos.
No ano passado, estudantes espalharam cartazes pelo Centro Acadêmico de Medicina apontando para o problema e denunciaram o caso para a UFMS. Três denúncias sobre o assunto foram feitas junto ao Ministério Público Estadual, mas, dois casos foram arquivados.
Informações do site Correio do Estado