Para o líder dos caminhoneiros, Wanderlei Alves, a paralisação se deve pelo descumprimento da lei do piso mínimo de transporte rodoviário de carga
20/04/2019 11h33
Por: Redação
Na quinta-feira (18), o porta-voz e líder dos caminhoneiros Wanderlei Alves, o Dedéco, anunciou uma nova paralisação dos caminhoneiros prevista para a meia-noite do dia 29 de Abril, uma sexta-feira.
Segundo Wanderlei, a decisão foi da maioria em diálogo envolvendo os líderes de caminhoneiros e seus respectivos grupos.
“A maioria dos grupos de caminhoneiros já decidiu pelo dia 29 de abril, tem uns ou outros que acham que é pouco tempo, que devemos esperar ainda, mas a maioria concorda sobre o dia 29 porque chegamos num ponto que não tem mais condições de trabalhar”, disse ele.
Em meio ao novo aumento, a paralisação foi antecipada
Prevista para 21 de maio, a paralisação foi antecipada para o mesmo dia em que passou a vigorar o aumento do Diesel de 0,10/Litro, e segundo Walderlei, todos já estavam cientes de um possível aumento em 14, 15 ou 16 dias.
“Os caminhoneiros estão cientes de que, dentro de 14, 15 ou 16 dias vai ter outro aumento do diesel, e esse aumento de R$ 0,10/litro já afetou em R$ 1 mil o lucro mensal, e o frete continua o mesmo”, comenta.
O aumento em vigor desde a quinta (18), desencadeará uma variação mínima de 4,518% e máxima de 5,147% em todos os 35 pontos de venda do combustível pelo país.
Segundo o líder a lei não está sendo cumprida
O líder aponta que a lei do piso mínimo de transporte rodoviário de carga que associa o incremento do preço do frete ao aumento do diesel não é cumprida devidamente cumprida: “Se estivessem pagando o piso mínimo, o aumento do óleo diesel não iria nos afetar. Mas não estão cumprindo”, disse ele.
A lei do piso mínimo de transporte rodoviário de carga garante que sempre que ocorra oscilação do preço do óleo diesel acima de 10%, para mais ou para menos no mercado brasileiro uma nova norma com pisos mínimos deverá ser publicada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres).
Para o cumprimento dessa lei, Wanderlei defende uma melhor fiscalização do cumprimento desse piso. Ele cita que o governo testará no Espírito Santo um documento de transporte eletrônico e lamenta que a medida não vigore em todo o país: “Isso obrigaria embarcadores a repassar o valor correto e a transportadora pagar piso mínimo aos autônomos.” afirma ele.
O diálogo foi interrompido por Onyx Lorenzoni
Ainda segundo Wanderlei, o ministro-chefe da Casa Civil Onyx Lorenzoni, com quem os caminhoneiros vinham dialogando, interrompeu o contato com eles e passaram a negociar com outras pessoas que não defendem os interesses da classe: “Somos uma espécie de linha dura da categoria e exigimos nossos direitos. Não vemos sentido em pedir esmola para quem elegemos. Brasília foi feita para atender aos anseios da população. E é esse grupo linha dura que o governo quer isolar.”
O líder se propõe a dialogar e afirma que se o governo atender às expectativas a paralisação será cancelada: “Está na mão deles. Por isso demos o nome da paralisação de Onyx Lorenzoni.” declarou Wanderlei Alves.
Ele crê que o efeito na greve poderia ser evitado: “O que eu vejo é o seguinte: o prejuízo da paralisação da economia é o valor que o governo poderia desembolsar para oferecer subsídio no diesel até que o piso mínimo do frete funcionasse para valer.” A categoria, segundo Alves, deseja uma resposta do governo: “Bolsonaro falou com os índios, será que vai conversar com a gente?”
As mobilizações estão ocorrendo em grupos de caminhoneiros no Whatsapp.
Da redação com informações do portal R7