36.7 C
Três Lagoas
sexta-feira, 22 de agosto, 2025

“Violência contra a mulher é questão de comportamento, não de cultura”, afirma Manuela Nicodemos

Subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres destacou avanços no fortalecimento da rede de atendimento e anunciou novas ações de programa, voltadas à prevenção e enfrentamento do feminicídio

Em entrevista ao programa “A Hora da Notícia” da Caçula FM 96.9 desta sexta-feira, 22, a subsecretária de Políticas Públicas para Mulheres do Governo de Mato Grosso do Sul, Manuela Nicodemos Bailosa, fez um balanço sobre o cenário da violência contra a mulher no Estado. A gestora destacou que, no último ano, houve avanços significativos no fortalecimento da rede de atendimento, com formações voltadas a profissionais de saúde, assistência social, educação e segurança pública.

Segundo a subsecretária, um dos maiores desafios é alcançar as mulheres que ainda não recorrem aos serviços de proteção. “A minoria das vítimas faz denúncia formal. Isso significa que o problema é muito maior do que os números mostram. Por isso, trabalhamos para formar profissionais e conscientizar a sociedade, antecipando a violência antes que ela termine em feminicídio”, afirmou.

Manuela ressaltou que os dados revelam recortes sociais e raciais que não podem ser ignorados: mulheres negras e de classes populares estão entre as maiores vítimas de violência doméstica e sexual. Ela também chamou atenção para a subnotificação de casos envolvendo mulheres indígenas, especialmente em Dourados, onde a vulnerabilidade é agravada pelo preconceito institucional. “Não existe cultura que justifique violência. Cultura é música, é comida, é tradição. O que vivemos é um comportamento machista e patriarcal que precisa ser transformado”, reforçou.

Durante a entrevista, a subsecretária apresentou o programa Protege Por Elas, Proteção de Todos os Lados, que terá um grande ato no dia 27 de agosto, em Campo Grande. O programa reúne mais de 25 ações intersetoriais, envolvendo áreas como educação, segurança pública, assistência social e justiça. Entre os destaques está a formação de grêmios estudantis em mais de 340 escolas, com adolescentes debatendo respeito às mulheres e prevenção da violência nos relacionamentos.

Outro eixo importante é o trabalho comunitário. “O vizinho também protege. Todos precisam assumir a responsabilidade: família, escola, igreja, comunidade. Se a sociedade não intervir, continuaremos autorizando cenas de horror contra mulheres”, alertou.

Manuela frisou ainda que Mato Grosso do Sul é referência nacional por aplicar protocolos de investigação com perspectiva de gênero, o que garante maior precisão na identificação dos crimes de feminicídio. “Nosso objetivo é consolidar políticas de Estado, que permaneçam além das gestões. Só assim poderemos romper com o ciclo da violência e salvar vidas”, concluiu.

Deu na Rádio Caçula? Fique sabendo na hora!
Siga nos no Google Notícias (clique aqui).
Quer falar com a gente? Estamos no Whatsapp (clique aqui) também.

Veja também

Homem é preso ao tentar furtar cilindro de gás em posto desativado no centro de Três Lagoas

Durante a abordagem, militares descobriram que o suspeito também tinha um mandado de prisão em aberto

Feira de artesanato movimenta a 35ª Festa do Folclore de Três Lagoas

Artesãos locais apresentam pelúcias e bonecas feitas à mão durante o evento cultural

Golpistas usam falso processo seletivo para enganar moradores em Três Lagoas

Prefeitura alerta população sobre fraude envolvendo suposta prova para vaga na UPA 24h A Prefeitura de Três Lagoas emitiu um alerta nesta semana sobre um...