Cena ocorreu durante protesto de deputados conservadores que ocupavam a mesa da presidência, onde parlamentar do PL caiu após o empurrão e acusa petista de agressão
Um vídeo que circula nas redes sociais desde a noite de quarta-feira, 06, mostra um momento de tensão no plenário da Câmara dos Deputados, envolvendo a deputada federal Camila Jara (PT-MS) e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). Nas imagens, gravadas durante uma sessão marcada por tumulto, é possível ver o momento em que Camila empurra Nikolas, que perde o equilíbrio e cai ao chão.
A cena aconteceu ao final de uma sessão legislativa travada por protestos da ala conservadora da Câmara, que ocupou a mesa da presidência exigindo a votação imediata do projeto de anistia a investigados por participação em atos antidemocráticos. A ocupação impediu a continuidade da pauta do dia, que incluía, entre outros temas, a isenção do Imposto de Renda, proposta com potencial de impacto direto para milhões de brasileiros.
Mesmo com a presença do presidente em exercício da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), a ocupação persistiu e o clima de tensão se intensificou. Foi nesse contexto que o empurra-empurra entre parlamentares começou. No vídeo amplamente compartilhado, Camila Jara atravessa o tumulto próximo à cadeira da presidência e empurra Nikolas Ferreira, que cai.
A repercussão foi imediata nas redes sociais. Aliados de Nikolas acusaram a deputada do PT de agressão e chegaram a afirmar que ela teria desferido um soco, o que Camila Jara nega. Em nota oficial divulgada na manhã desta quinta-feira, 07, a deputada afirmou que apenas reagiu ao tumulto provocado pelos parlamentares que ocupavam o plenário. “Reagi da mesma forma que qualquer mulher reagiria quando um homem a pressiona contra a multidão. Não houve soco ou qualquer ato de violência deliberada”, declarou a parlamentar.
Segundo a assessoria de Camila, ela também teria sido alvo de ameaças e ofensas após o episódio e, por isso, a Polícia Legislativa foi acionada para garantir sua segurança nas dependências da Câmara. A deputada solicitará ainda escolta policial em Mato Grosso do Sul, para garantir sua integridade durante agendas no estado.
A Câmara dos Deputados ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso, e não há confirmação sobre eventual abertura de procedimento disciplinar ou envio ao Conselho de Ética. Enquanto isso, o vídeo segue gerando debates acalorados entre apoiadores e críticos dos envolvidos.