Durante a Semana Mundial de Imunização, a OMS, o Unicef e a Gavi emitiram um alerta sobre o retrocesso nos esforços de vacinação em todo o mundo. O aumento da desinformação, crises humanitárias, crescimento populacional e cortes no financiamento estão comprometendo a cobertura vacinal, deixando milhões de crianças e adultos vulneráveis a doenças evitáveis.
As agências apontam o crescimento de surtos de doenças como sarampo, meningite e febre amarela, que voltam a ameaçar populações mesmo após anos de controle. Doenças como a difteria, antes praticamente erradicadas, também podem ressurgir.
Segundo Tedros Adhanom, diretor da OMS, as vacinas já salvaram mais de 150 milhões de vidas nos últimos 50 anos, mas os recentes cortes de verba colocam esse progresso em risco. Ele reforça que vacinas não só salvam vidas individuais, mas protegem comunidades inteiras.
Dados preocupantes:
- Sarampo: Casos globais ultrapassaram 10 milhões em 2023, um aumento de 20% em relação a 2022. Em 2024, surtos foram relatados em 138 países.
- Meningite: Somente no início de 2024, a África registrou mais de 5,5 mil casos suspeitos e quase 300 mortes.
- Febre amarela: Casos aumentam na África e também nas Américas, inclusive no Brasil.
Além disso, a quantidade de crianças não vacinadas tem crescido. Em 2023, cerca de 14,5 milhões não completaram o esquema vacinal básico. Mais da metade delas vive em áreas de conflito ou instabilidade.
A crise de financiamento já afeta a imunização em cerca de 50 países, com interrupções nos programas e na vigilância de doenças.
As organizações pedem ação política urgente e investimentos sustentados para evitar retrocessos e garantir que os avanços na saúde infantil não sejam perdidos.
Com informações Agência Brasil