Desequilíbrio ambiental no reservatório entre MS e SP provoca entupimento de estruturas e leva operadora a acionar a Aneel
A usina hidrelétrica de Jupiá, instalada no Rio Paraná, na divisa entre Mato Grosso do Sul e São Paulo, teve parte de suas turbinas paralisadas devido à intensa proliferação de plantas aquáticas no reservatório. O problema, registrado ao longo de 2024, afetou diretamente a operação do empreendimento e levou a CTG Brasil, responsável pela usina, a comunicar formalmente a Agência Nacional de Energia Elétrica.
Segundo a operadora, o crescimento excessivo de macrófitas submersas está relacionado a um desequilíbrio ambiental no reservatório. O lançamento de matéria orgânica por áreas urbanas e indústrias, aliado à forte atividade agroindustrial da região, favorece a expansão das plantas. A dinâmica dos rios Paraná e Tietê, além da operação de grandes usinas localizadas a montante, também contribui para o cenário.
Com o aumento da correnteza, grandes blocos de vegetação se desprendem do fundo e acabam atingindo as estruturas da hidrelétrica. O material se acumula nas grades submersas responsáveis pela captação de água, causando entupimentos, restrições operacionais e danos às turbinas.
Ao longo de 2024, as ações de remoção de plantas aquáticas e de controle do mexilhão dourado resultaram em mais de 7.500 horas de desligamento. O cálculo considera as 14 máquinas em operação na usina e, de acordo com a CTG, o impacto equivale a manter uma turbina completamente parada durante um ano inteiro.
As regras do setor elétrico permitem desligamentos motivados por ocorrências ambientais. No caso de Jupiá, o limite de 360 horas por turbina, válido por um período de cinco anos, já foi totalmente utilizado. Com isso, novas paralisações passam a comprometer indicadores que influenciam a receita da usina e a quantidade de energia entregue ao sistema.
Com potência instalada de 1.550 megawatts, a usina de Jupiá é parte do Sistema Interligado Nacional. O empreendimento é operado pela CTG Brasil, subsidiária da estatal chinesa China Three Gorges, que adquiriu a usina em 2016 pelo valor de R$ 4,67 bilhões.
com informações Campo Grande News


