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quinta-feira, 16 de maio, 2024

Três Lagoas lidera ranking de exportações em 2014

14/02/2015 – Atualizado em 14/02/2015

Por: Assecom – Prefeitura de Três Lagoas

O cenário econômico de Três Lagoas está em atenção por conta da interrupção das obras de construção da UFN3. Entretanto, o Município ainda não deixou de ser dinâmico e atrativo para o desenvolvimento industrial. Um dos fatores que confirmam que Três Lagoas continua rentável para se investir são os números apresentados pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, fornecidos pela Federação das Indústrias do estado de Mato Grosso do Sul (FIEMS), que aponta Três Lagoas no ranking de exportações do Estado.

No ano passado, 50% do que foi produzido aqui (foram exportados 1.153.610.449, sendo importados 619.657.287) e em 2013, os números foram ainda maiores, (1.158.823.675, sendo importados 973.977.848), o que equivale a 54% do total produzido no Estado.

A liderança do ranking de exportações foi graças à variedade de matéria prima processada no Município. Segundo dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, por meio do Departamento de Indústria e Comércio, atualmente, estão instaladas 57 indústrias, com geração de mais de 13 mil empregos, tendo em funcionamento mais de 7.330 empresas na cidade, desde serviços, comércios e pequenas indústrias.

“Tudo isso é importante. Três Lagoas é líder em exportações no Estado. O setor de celulose e papel investiu R$ 10,7 bilhões de 2009 a 2012. E isso é três vezes maior que a Petrobras, que era pra ter investido R$ 3,1 bilhões. Temos a siderúrgica que investiu US$ 250 milhões, na área da química, que colocou € 180 milhões e com isso, temos grandes corporações”, informou o diretor de Indústria e Comércio, Diógenes Marques.

ESTADO DE ATENÇÃO

Em relação ao cenário econômico que se encontra na Cidade, Diógenes entende que o número de investimentos recebidos ao longo dos anos deixa Três Lagoas em “estado de atenção”, mas não, de quebra. “Uma Cidade que recebeu mais de R$ 24 bilhões de investimentos, em 14 anos, não serão R$ 3 bilhões que vão quebrar a economia do Município. É impactante, é lógico, mas isso não representa 10%, do que já foi investido. A Petrobras tem uma grande parcela que prejudicou, mas não quebrou a Cidade. A cadeia de serviços foi somente impactada”, destaca.

Segundo o especialista e doutorando em Geografia Econômica pela UFGD e autor do livro “Domínios Industriais”, Cristóvão Henrique Ribeiro, é natural que Três Lagoas passe por “picos industriais”, uma vez que o Município recebeu a instalação de construção de duas fábricas de papel e celulose, siderúrgica e por último a de fertilizantes. Com isso, haverá momentos que o número de admissões e demissões serão altos.

“Quando começamos a perceber e olhar a economia oscilar em Três Lagoas, vemos que ela passou por diversos picos. Isso vai alterar os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), com o aumento do número de demissões ou admissões e agora, quando você observa outro processo se torna um conjunto de transformações”, explica.

Para Diógenes, a Cidade continuará com a sua dinâmica territorial e entende que houve um abalo sísmico no comercial, que de fato é grande e está prejudicando, mas o Município está fazendo a sua parte em continuar no processo de desenvolvimento.

“A Prefeitura está correndo atrás de toda esta parte. Temos que lembrar que a Petrobras parou todas as obras no Brasil e o nosso País está sofrendo com isso. O Mundo também está passando por instabilidade econômica”, ressaltou.

Cristóvão Ribeiro complementou que esta paralização provocou o efeito cadeia em outros setores da economia e lugares do País, entretanto, Três Lagoas possui outros ramos diversos de economia.

“O problema da Petrobras é que abalou a conjuntura econômica brasileira e não somente de Três Lagoas que vinha numa ascensão industrial nos últimos 14 anos. Não vamos associar a industrialização somente com esta construção da UFN3, pois é banal, porque ainda temos outros setores da indústria que envolvem calçados, têxtil, químicos e outros”, explicou.

O especialista salientou que os empresários do município precisam estar atentos neste momento e buscar novas estratégias em torno desse abalo econômico.

“O comércio de Três Lagoas não deve ficar refém de uma só empresa, pois se tem um conjunto de outros setores e de se focar nisso. Há uma perspectiva de retomada, que não vai ficar um cemitério industrial, pois não é viável para o Brasil. O comércio local não pode cair na armadilha midiática, ter problema significa procurar novas estratégias para sedimentar-se e fortalecer o comércio regionalmente, no objetivo de projetar-se para fora. É potencializar para demandas de outros municípios envolvidos e não só de uma empresa estatal e sim de outras indústrias”, finaliza.

DESENVOLVIMENTO DE OUTROS SETORES

Embora o impacto tenha sido bastante enfatizado ultimamente pela mídia regional e nacional, Três Lagoas continua a receber novos investimentos de outros setores. Segundo dados da Secretaria de Indústria e Comércio, somente nos últimos três anos, o número de concessionárias de veículos praticamente dobrou, saltando de quatro para nove. Além disso, houve o aumento de instalação de mais três agências bancárias sendo que uma delas elevou o nível de classificação de atendimento, devido à demanda de aumento de clientes bancários.

“Quando se chama o processo de industrialização não é somente o ponto da chaminé e sim com a cadeia produtiva. É um erro das pessoas confundirem o processo de industrialização, pois isso envolve um conjunto de outros setores da economia em Três Lagoas”, disse Cristóvão.

O especialista explica que, com a vinda de outras indústrias, o Município recebeu outras empresas para atender um novo público.

“O que houve foi o efeito de transbordamento, quando a Cidade passa a se especializar para atender o desenvolvimento industrial e com isso, eles poderem falar em desenvolvimento econômico, com a criação de novos cursos de graduação, de novos estabelecimentos comerciais e franquias que apostam em nossa Cidade e, vieram pra cá para atender esta nova demanda”, ressaltou.

Por sua vez, o diretor de Indústria e Comércio, da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, lembra que, nos últimos anos, as empresas têm se preparado para receber a instalação de grandes indústrias, elevando o nível de atendimento.

“Quando Três Lagoas recebeu a instalação de grandes fábricas, muitos empresários correram atrás e construíram uma estrutura fantástica de hotéis, de restaurantes e cresceram neste processo colaborando com melhorias para Cidade. Isso se deve porque, quando uma grande empresa aqui chega, a contrapartida vem chegando à realidade industrial e a esfera de serviço procura a melhoria com as certificações, qualificações, ou seja, um treinamento específico e hoje temos tudo isso”, disse Diógenes Marques.

Ele observou que, o trabalho específico da Secretaria Municipal de Desenvolvimento continua sendo o de atrair, apresentar e auxiliar na instalação de novas indústrias. “Nosso papel é trazer as empresas e esse trabalho não para”, disse.

EMPREGO

Enquanto o setor da indústria continua na liderança em Três Lagoas, a Cidade oferece vagas em diversos segmentos, em especial, em comércio e serviços. Segundo o Centro Integrado de Atendimento ao Trabalhador (Ciat), no ano passado foram oferecidas 2.779 vagas de empregos em Três Lagoas. Deste total, foram encaminhadas 8.679 pessoas, sendo deste número, 816 inseridos no mercado de trabalho.

O número de entradas para pedidos de seguro desemprego não apresentou aumento relativo, comparado aos meses de janeiro a dezembro de 2014. Enquanto no primeiro mês houve 826 pedidos, em dezembro, foram 1.121, tendo a elevação de apenas 29,5%. O número total de pedidos foi de 10.894.

Em balanço prévio dos primeiros dias do mês de fevereiro, a média de a entrada de seguro desemprego é menor em relação à procura. Foram registrados em torno de 140 sendo que a entrada de seguro desemprego é de 70. A média de vagas oferecidas é aproximadamente de 50.

“Estamos encaminhando, fazendo o contato com as empresas e a situação pela qual as classes empregadoras, e empregados passam, está refletindo demasiadamente na quantidade de pedidos de seguro desemprego. O caos estabelecido hoje em nosso país, é consequência da má gestão do governo Federal que perdeu as rédeas e o controle, tanto por desconhecimento, desinteresse e por incompetência dos gestores executivos federais. Isso acaba gerando desgastes nas nossas liderança locais, em especial, do nosso estado, que acabam pagando a conta”, disse Fátima Montanha, gerente da unidade do CIAT de Três Lagoas.

POTENCIAL PARA VIRAR O JOGO

Segundo a Associação Comercial Empresarial de Três Lagoas, atualmente, a entidade possui 450 filiados e em entrevista com o presidente, Atílio Carlos D’agosto, boa parte dos associados estão em momento de atenção com a economia local, por conta do impacto negativo da paralisação da construção da UFN3, entretanto, ele acredita que Três Lagoas tem potencial em relação ao Brasil de sobressair na área econômica. Além disso, o presidente disse que atualmente está como vice na Federação das Associações Empresariais de Mato Grosso do Sul, sendo que o presidente Alfredo Zanulti, junto dos governos do Estado e do Município, trabalham para que esse problema (consórcio UFN 3) seja revertido.

“Sabemos que isso gerou um grande impacto, mas Três Lagoas continua sendo um dos Municípios para se investir. A situação do país vive em um momento delicado e em Três Lagoas não é diferente, isso faz parte da economia que reflete em todas classes sociais, mas temos uma grande potencialidade na área de turismo, cultura e lazer e novos empreendimentos estão por vir. Temos qualidade de vida e empresas que podem se instalar, por conta do volume hídrico que o Município possui. O setor industrial tem crescido em nosso Estado e continua sendo atrativo para os empreendedores. São nos momentos de dificuldades que temos que encontrar as oportunidades”, ressaltou Atílio.

Em relação ao setor comercial, a cada ano que passa o empreendedorismo e a vontade de montar o seu próprio negócio cresce em Três Lagoas. Segundo a Junta Comercial de Mato Grosso do Sul, no ano de 2014, o Município teve 430 empresas constituídas (exceto micro empreendedor individual). Só em janeiro deste ano, foram abertas 32 novas empresas. Das 184.973 ativas no Estado (incluindo o Micro Empreendedor Individual), hoje, concentram-se 8.618 no Município.

QUALIFICAÇÃO

Outro setor que está em constante crescimento no município é a qualificação profissional. De acordo com dados fornecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC) de Mato Grosso do Sul, no ano passado das 6.722 vagas foram ofertadas, 4.542 pessoas foram qualificadas. A previsão de vagas a serem ofertadas para este ano é de 6.448 nas mais diversas áreas do setor comercial, a fim de elevar a qualidade do serviço no município.

Os cursos técnicos profissionalizantes também têm sido uma grande procura pelos moradores do Município e região. De acordo com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), somente no ano passado, das 6.886 pessoas qualificadas pela instituição, 70% foram absorvidas pelo mercado de trabalho. A previsão é que neste ano, seja ofertado o montante de 6.500 vagas.

Segundo o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS), em 2014, o Câmpus Três Lagoas do formou/certificou 134 estudantes nos cursos técnicos integrados em Eletrotécnica e Informática, no curso superior de tecnologia em Sistemas para Internet, nos cursos técnicos subsequentes a distância em Logística, Eventos, Meio Ambiente, Edificações, Manutenção e Suporte em Informática e Segurança do Trabalho e em cursos de qualificação profissional ofertados por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) nas áreas de Gestão de Negócios, Desenvolvimento Educacional e Social e Ambiente e Saúde.

No ano passado, 17 estudantes do Câmpus Três Lagoas do IFMS concluíram o estágio em empresas ou instituições parceiras nas áreas de Informática, Eletrotécnica, Sistemas para Internet e Manutenção e Suporte em Informática. Atualmente, oito estudantes do câmpus fazem estágio, que integram a matriz curricular dos cursos, fazem parte da formação técnica dos estudantes e são feitos mediante convênio estabelecido entre o IFMS e as empresas/instituições.

Para 2015, houve a abertura 360 vagas que já foram selecionadas para os cursos de Informática, Eletrotécnica, Manutenção e Suporte em Informática, Sistemas para Internet, Automação Industrial e Análise e Desenvolvimento de Sistemas.

Ainda para este ano estão previstas 360 ofertas de vagas para os cursos de eletricista industrial, instalador e reparador de redes de computadores, eletrotécnica, manutenção e suporte em informática, sistemas para internet, automação industrial e análise de desenvolvimento de sistemas.

SETOR IMOBILIÁRIO

Devido ao crescimento da área de industrial, com a vinda de trabalhadores de diversas regiões do país e com migração de pessoas para o município, elevou-se o número de procura de residências para aluguel e compra.

Segundo dados da Associação de Corretores de Imóveis de Três Lagoas (ACITL), a grande aposta dos donos de imóveis é a abertura de loteamentos. Somente em 2014, foram abertos aproximadamente dois mil lotes e a perspectiva para este ano é que este número continue na mesma média.

O presidente da ACITL, Beto Gusmão informou que devido à queda de negociações para o setor imobiliário, neste ano haverá retenção, por conta dos juros que subiram, o valor dos alugueis que baixaram e das incertezas previstas na economia. A média desta retenção está na faixa de 0,5% ao mês para cada valor investido na compra de um imóvel.

Divulgação/Assecom

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