18/09/2013 – Atualizado em 18/09/2013
Por: Araçatuba News
O Tribunal de Justiça de São Paulo acatou recurso do Ministério Público de Araçatuba e aumentou para 30 anos de prisão a pena de Cintia Magda dos Santos Ribeiro Sorato, que havia sido condenada a 23 anos e 4 meses em julgamento ocorrido no ano passado.
Ele foi presa por planejar a morte do marido, o pecuarista Luís Sorato Neto. O crime aconteceu em dezembro de 2005 e teve grande repercussão em Araçatuba e região, principalmente depois da prisão da esposa da vítima.
De outros quatro sentenciados no mesmo julgamento, três também tiveram aumento de pena. Em apenas um caso, o TJ entendeu que a sentença havia sido bem aplicada. A alteração nas penas foi feita pela 9ª Câmara de Direito Criminal do TJ de São Paulo. O acórdão foi publicado na tarde desta terça-feira (17).
Após o julgamento dos cinco réus, em junho de 2012, tanto o MP, quanto os advogados de defesa, entraram com recurso no TJ-SP. Os defensores pediam, em determinados casos, a redução da pena, e em outros, a anulação do julgamento. O Promotor de Justiça Flávio Hernandez José, por sua vez, solicitou o aumento das sentenças, consideradas, por ele, ‘brandas’.
Após analisar todos os pedidos, os desembargadores Otávio Henrique, Roberto Mídolla e Souza Nery negaram recursos dos advogados e acataram pedido do MP, promovendo alteração na maioria das penas aplicadas no Tribunal do Júri de Araçatuba.
PENAS AUMENTADAS
Os réus que também tiveram as penas aumentadas foram: Anderson Douglas Lopes, o Ninão – sentença reformada para 20 anos (pena anterior era de 17 anos); Sérgio Alves dos Santos Júnior, o Juninho Olho Verde – 25 anos de prisão (pena anterior era de 23 anos e 4 meses) e o ex-policial militar Almirante Petroli Júnior, agora condenado a 25 anos de prisão (pena anterior era de 23 anos e 4 meses).
Almirante está foragido desde a época do crime. Ele não participou do julgamento, em Araçatuba, que durou cerca de 20 horas e foi considerado um dos mais longos já realizados na cidade. Outro réu, Arlindo Jovino, condenado a 26 anos e 8 meses de prisão não teve a sentença alterada. Com exceção de Almirante, ainda foragido, os outros condenados cumprem as penas em penitenciárias de segurança máxima.
O CRIME
O pecuarista Luís Sorato Neto foi morto a tiros quando tinha 47 anos, em dezembro de 2005. Ele foi abordado por dois homens quando saía de sua propriedade rural, no bairro da Água Limpa, acompanhado da esposa Cintia Magda dos Santos. Meses depois, a Polícia Civil viria descobrir que ela também estava envolvida no crime, praticado por Sérgio e Anderson.
Diante da porteira do sítio, ela desceu do veículo em que se encontravam para abri-la. Nesse momento, os dois assassinos apareceram e abordaram o casal, para simular um roubo. Ela saiu do local e os homens executaram Sorato, atingindo-o na cabeça e no peito.
Cintia Sorato foi presa seis meses depois, após investigação da Polícia Civil que apontou sua participação no planejamento da morte do próprio marido. Conforme denúncia do MP, com a ajuda do ex-PM Almirante e de Arlindo Jovino, ela teria contratado os dois assassinos do marido, que já havia sido alvo, meses antes, de tentativa de homicídio.
Para o MP, o crime teve motivação financeira. Cintia era casada com Sorato havia mais de 20 anos quando o crime aconteceu. Conforme o MP, nesse tempo o casal adquiriu 23 imóveis, incluindo propriedades rurais. Segundo o MP, Cíntia planejou a morte do marido junto com o ex-PM Almirante, com quem mantinha, na época, segundo o MP, um relacionamento amoroso. Conforme o processo, ela teria prometido pagar R$ 20 mil de recompensa pela morte do pecuarista Luís Sorato.
