Suspeito de assassinato alega suícidio após discussão, porém, confessa ter cavado buraco para enterrar corpo da namorada
Para despistar familiares e até a polícia, Pablo Santrin, de 35 anos, suspeito do assassinato da própria esposa e enterrar o corpo nos fundos de casa, confessou ter se passado pela vítima em conversas de celular e também nas redes sociais. Inclusive, mensagem publicada no perfil de Laís de Jesus Cruz, de 29 anos, no Instagram, simulava despedida da cidade onde o assassinato aconteceu.
“Tchau Sonora. Aqui não volto nunca mais”, diz mensagem compartilhada na rede social. O “recado” foi publicado um dia após a morte de Laís.
Conforme o delegado Murilo Jorge Vaz Silva, a relação entre autor e vítima já dura anos, porém, conforme relatos de familiares, o relacionamento estava gasto. “Eles têm um filho, de dois anos, mas a convivência era desarmoniosa. Na segunda, tiveram discussão envolvendo uma ex-namorada e ele fala que foi até a sala, depois, quando abriu a porta do quarto, ela já estava morta”, revela a autoridade policial ao ressaltar que o suspeito nega ter matado a mulher, porém, confessa a ocultação de cadáver.
Depois do crime, o corpo de Laís foi enterrado pelo companheiro nos fundos da residência onde o casal morava. A situação foi descoberta após equipe policial desconfiar das atitudes do suspeito, personal trainer na cidade, e também de características na casa.
“Quando chegamos na casa, hoje, a intenção era apenas conversar com ele, saber do paradeiro dela. Mas ele começou a demonstrar nervosismo, não conseguia ficar em pé, bebia muita água, foi quando pedimos para olhar a casa e ele deixou. Em um dos quartos, o cheiro de água sanitária era forte. Além disso, no fundo percebemos a terra ‘fofa’. Começaram a cavar, ele ainda falou que não era para fazer isso, mas acabou confessando que enterrou o corpo”, explica o delegado.
O corpo foi jogado em buraco com aproximadamente dois metros de profundidade. Durante todo o momento, Pablo não apresentava reação de arrependimento. “Não esboçava reação, comportamento normal, não teve choro”, conta Murilo Jorge.
Apesar de negar a morte, à polícia, o suspeito confessou ter agredido a vítima em outras situações e alegou ter enterrado o corpo por medo da família de Laís não acreditar em possível suicídio. Perícia e equipes policiais estão no local onde o corpo foi encontrado e aguardam a chegada da funerária para desenterrá-lo totalmente.
Feminicídio – A morte de Laís acontece durante a Campanha Agosto Lilás, criada em alusão a Lei Maria da Penha. A campanha nasceu com o objetivo de alertar a população sobre a importância da prevenção e do enfrentamento à violência contra a mulher, incentivando as denúncias de agressão, que podem ser físicas, psicológicas, sexuais, morais e patrimoniais.
Como denunciar um caso de violência doméstica
A denúncia de violência contra a mulher pode ser feita em delegacias e órgãos especializados, onde a vítima procura amparo e proteção. O Ligue 180, central de atendimento à mulher, funciona 24 horas por dia, é gratuito e confidencial. O canal recebe as denúncias e esclarece dúvidas sobre os diferentes tipos de violência aos quais as mulheres estão sujeitas.
Mesmo se a vítima não registrar ocorrência, vizinhos, amigos, parentes ou desconhecidos também podem utilizar o Ligue 180 ou ir a uma delegacia para denunciar uma agressão que tenham presenciado. O autor da denúncia pode ser ainda o Ministério Público. Após mudanças recentes na Lei, a investigação não pode mais ser interrompida, ainda que a vítima desista da ação.
Os casos podem ser denunciados tanta para a Polícia Militar pelo 190 como também pelo Disque Direitos Humanos – o Disque 100.
Informações do site Campo Grande News