Internacional – 17/02/2012 – 14:02
Sobreviventes de um incêndio que matou mais de 350 presos numa penitenciária de Honduras acusaram guardas de deixarem os detentos morrerem nas celas, e de atirarem nos que tentavam escapar das chamas.
“Foi um caos total. As pessoas corriam para salvar suas vidas, tiros eram disparados. As pessoas estavam sendo queimadas vivas”, disse o capelão penitenciário Reynaldo Moncada, que chegou ao local logo após o início do incêndio, na noite de terça-feira.
Rosendo Sánchez, que cumpre pena de 10 anos de prisão por homicídio, acordou com o início do incêndio. Ele escapou do seu pavilhão e disse ter visto guardas atirando em outros detentos que tentavam fugir. “Foi um inferno aqui, ver seus amigos, pessoas que você conhecia bem, queimarem vivas”, disse Sánchez.
Ele afirmou que a brigada de incêndio levou mais de meia hora para aparecer, e outros sobreviventes disseram que os guardas ignoravam os gritos de socorro. A polícia nega que tenha impedido os presos de fugirem.
O diretor de inteligência policial de Honduras, Elder Madrid, disse que o incêndio começou durante uma briga entre dois presos por um colchão – um dos envolvidos ateou fogo ao colchão. Dos mais de cem presos naquele pavilhão, só quatro sobreviveram, segundo Madrid.
A procuradoria geral hondurenha disse que 359 presos morreram nesse que foi um dos piores incêndios prisionais já ocorridos no mundo. O local abrigava 852 presos e estava superlotado. Mais da metade deles aguardava julgamento.
Fonte: Terra