Internacional – 22/02/2012 – 16:02
As siderúrgicas do Japão, maiores usuárias de eletricidade do país, pediram nesta quarta-feira por uma retomada antecipada das usinas nucleares, temendo que potenciais cortes de energia e custos maiores pressionem ainda mais o setor já afetado pela valorização do iene.
Grandes empresas reagiram furiosamente aos planos da Tokyo Electric Power, ou Tepco, de elevar tarifas mas evitaram até agora de pedir um religamento dos reatores, temendo reação pública negativa sobre segurança nuclear após a crise de radiação causada pela destruição da usina de Fukushima.
As preocupaçãos sobre a segurança desde a crise de Fukushima impediram a retomada de reatores que foram fechados para inspeções rotineiras. Isso forçou empresas de energia a importar mais combustíveis fósseis e gás para suas usinas geradoras de energia, o que atingiu resultados e incentivou aumentos nas tarifas para clientes industriais a partir de abril.
Os últimos dois dos 54 reatores nucleares do Japão que ainda estão operando vão fechar no final de abril para inspeções de rotina e o governo ainda não deixou claro quais as condições para o religamento.
“O religamento das usinas de energia depois das inspeções de segurança é muito importante para as indústrias japonesas”, disse Eiji Hayashida, presidente da Federação de Ferro e Aço do Japão.
“Empresas de energia além da Tepco serão forçadas a aumentar tarifas se tiverem de usar termelétricas a gás”, acrescentou. “Fornecimento instável de energia e custos maiores de eletricidade vão fazer mais indústrias do Japão a procurarem o exterior”, disse Hayashida, que também é presidente da JFE Steel Corp, quinta maior siderúrgica do mundo.
Em termos de resultados, o setor siderúrgico do Japão foi o maior perdedor entre seus pares na Ásia, pressionado por um iene forte que prejudicou exportações, pela abertura do mercado a importações mais baratas e por pressões de preços no mercado doméstico.
Fonte: Reuters