12/09/2013 – Atualizado em 12/09/2013
Servidor do Detran constata fraude durante exame em Anaurilândia
Por: Nova News
Nesta quarta-feira (11), um instrutor de Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran) acionou a Polícia Militar de Anaurilândia para denunciar suposta fraude ocorrida durante exame realizado para obtenção de Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Segundo o representante do órgão, ao iniciar o teste, um dos candidatos estava ausente, sendo apresentado minutos depois pelo proprietário de uma autoescola. Durante verificação na carteira de identidade do candidato, o funcionário do Detran percebeu que o documento parecia estar plastificado com duas camadas de adesivo e com a fotografia sobreposta à original. Durante o percurso, o aluno chegou a confirmar alguns dados pessoais, porém, desconfiando da situação, o avaliador solicitou uma pausa no exame, para verificar o histórico do candidato junto ao sistema do Ciretran local.
Ao ter acesso a toda a documentação do aluno, os servidores do Detran perceberam, pelas fotografias de outros documentos, que alguém tentava se passar pelo aluno para fazer o exame em seu lugar. Diante dos fatos, tanto a Polícia Militar, quando a Polícia Civil foram acionadas, porém, o homem que tentava se passar pelo candidato, ao perceber que seria descoberto, fugiu do local, tomando rumo ignorado. Várias buscas em endereços onde ele poderia estar foram feitas, porém o homem não foi localizado. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia local, que deverá tomar as providências necessárias.
Caso semelhante na Capital
Após reprovar por várias vezes na prova prática de direção no Detran, uma mulher, residente em Campo Grande, aceitou pagar R$ 1.700 para seu instrutor da autoescola “dar um jeito” para passá-la. Outra mulher foi contratada por R$ 400 para fazer a prova prática no lugar dela, mas foi descoberta por policiais civis, que atuam dentro do Detran e já investigavam uma suposta quadrilha que atua neste ramo.
Os envolvidos foram presos nesta quinta-feira (12). A candidata não está presa, mas vai responder na Justiça junto com os três comparsas por crime de falsidade ideológica, que pode resultar em até três anos de prisão. “Agora a Polícia Civil vai continuar a investigar o caso e confirmar se outras pessoas conseguiram se passar pelos reais alunos das provas”, concluiu o delegado da Capital. Eles também podem responder pelo crime de falsificação de documento oficial.
Operação
No mês de maio de 2013, a Corregedoria de Trânsito deflagrou a Operação Domus, por meio da qual foram presos proprietários e funcionários de Centros de Formação de Condutores da cidade de Nova Andradina. De acordo com as investigações, os proprietários das autoescolas envolvidas captavam pessoas no estado de São Paulo para obtenção de CNH em Mato Grosso do Sul, utilizando, para isso, falsas declarações de residências. Como os alunos não moravam na cidade de Nova Andradina, os candidatos não frequentavam as aulas teóricas e práticas, que são obrigatórias.
Além disso, foi constatado que os investigados intermediavam que terceiras pessoas realizassem os exames aplicados pelo Departamento Estadual de Trânsito de Mato Grosso do Sul (Detran-MS) em lugar de candidatos analfabetos. Ao longo da investigação, mais de 200 Carteiras Nacionais de Habilitação (CNHs) foram canceladas e outras dezenas estão sob investigação.



