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Servidor de Dourados com HIV confirma ao menos 50 relações sem camisinha com jovens

21/10/2014 – Atualizado em 21/10/2014

Por: Midiamax

O servidor municipal Jeferson Porto da Silva, de 33 anos, apontado por aliciar jovens em Dourados, município a 225 quilômetros ao sul de Campo Grande, que está preso desde domingo passado (19), confirmou em depoimento que teria mantido pelo menos 50 relações sexuais com adolescentes sem o uso de preservativo, mesmo sendo portador do vírus HIV. A informação é da delegada responsável pelo caso da 1ª DP (Delegacia da Polícia Civil), Marina Lemos.

“Ele disse no depoimento que pelo menos uns 50 casos foram sem o uso de camisinha, mas que teria mantido ao menos 100 relações. Ele também disse que pegou o vírus de um namorado que só foi contar um ano após o término da relação”, explica a delegada a equipe do Dourados News. Ela também disse que no depoimento, o suspeito falou que sentiu raiva do companheiro quando soube da informação. “Ele relatou que em um momento de fúria, chegou a relatar que queria matar o ex-companheiro e eu questionei o porquê dele ter feito a mesma coisa com esses meninos. Aí ele respondeu que, ‘pois é, não sei por que fiz isso, que ironia, está fazendo o mesmo que fizeram comigo…’”.

A delegada já ouviu 12 pessoas que foram vítimas do servidor. Na tarde de segunda-feira (20), mais quatro depoimentos foram colhidos, inclusive de um rapaz de 20 anos que afirmou ter sido assediado pelo servidor municipal quando tinha 12 anos e foi aluno dele há oito anos, em uma escola da rede municipal de ensino. “Este depoimento expande ainda mais a possibilidade do total de vítimas passarem de centenas”, conta Marina.

Foi apurado pela Polícia Civil, que na época, o servidor era professor substituto de geografia, e que mais tarde, acabou sendo afastado do cargo.

Adolescentes ‘fogem’ de teste de HIV

Os adolescentes se mostram bastante envergonhados com a situação e com muito medo de fazer exame de HIV. “Eles estão constrangidos por causa de toda a situação e com medo de fazer o teste. Alguns choraram durante o depoimento e nenhum deles quer falar o que aconteceu na frente dos pais, que também estão bem transtornados”, explica a delegada.

O exame de HIV não é prova fundamental no inquérito, que deve ser fechado nesta sexta-feira (24). Conforme a delegada responsável pelo caso, independente do contágio dos adolescentes, o crime de perigo de contágio por doença venérea por si só já caracteriza o delito. “O suspeito assumiu o risco ao manter relações sexuais sem uso de preservativo e sem avisar que está infectado”, declara Marina.

Exame é sigiloso

Os adolescentes podem e devem procurar a unidade do programa de DST/Aids de Dourados onde serão submetidos a uma entrevista, que é de praxe, e ao exame, cujo resultado sai em 15 minutos. No entanto, eles precisam relatar o ocorrido e todas essas informações são mantidas em sigilo.

O paciente é encaminhado para acompanhamento no Serviço Ambulatorial Especializado com atendimento de uma equipe multidisciplinar formada por assistente social, psicólogo e médicos. O atendimento ocorre de segunda à sexta-feira, das 7 às 11 horas e das 13 às 17 horas. O telefone para mais esclarecimentos é o (67) 3423-9150 e o endereço é Rua dos Missionários, 420, no Jardim Caramuru.

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Caso

Jeferson trabalhava no setor de RH (Recursos Humanos) da prefeitura de Dourados. Após dois meses de investigação, ele acabou preso apontado como aliciador de jovens e incentivá-los à prostituição. O suspeito utilizava um perfil falso no Facebook e também no aplicativo de conversas para celular ‘WhatsApp’, onde se passava por uma mulher chamada ‘Jéssika Alessandra’.

Após atrair os adolescentes entre 14 e 16 anos, ele marcava encontros noturnos na casa dele, onde morava com a mãe, que é idosa. Quando chegavam lá e viam que não se tratava de uma mulher, os jovens eram convencidos pelo servidor a manter relações sexuais com ele mediante pagamento de R$ 30. Computadores e celular dele foram apreendidos com vídeos e fotografias.

Portador de HIV, Jeferson chegou a falsificar um exame clínico para convencer os jovens que questionavam a falta do uso de camisinha. Além de favorecimento à prostituição infantil, ele deve responder também por pedofilia, perigo de contágio venéreo, falsificação de documento particular e estupro de vulnerável, quando a vítima tem menos de 14 anos. O servidor deve ser transferido para a PHAC (Penitenciária de Segurança Máxima Harry Amorim Costa) até o fim desta semana.

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