Helena Akira destacou a importância de valorizar o cultivo, fortalecer o empreendedorismo rural e estimular ações voltadas à sustentabilidade.
Em entrevista concedida na manhã desta quinta-feira, 23, ao programa ‘Café da Manhã’, da Caçula FM 96.9, a bióloga Helena Akira, presidente do Instituto Cutia do Cerrado, apresentou detalhes sobre o 1º Seminário Estadual da Manga, que será realizado nos dias 3 e 4 de novembro, no auditório da AEMS, em Três Lagoas. O evento, gratuito e aberto ao público, promete unir ciência, sustentabilidade, cultura e empreendedorismo em torno da fruta que dá nome à cidade conhecida como “terra da manga”.
Segundo Helena, o seminário nasce da necessidade de “valorizar a manga como patrimônio local e incentivar o uso sustentável de áreas rurais e urbanas”. A bióloga explicou que Três Lagoas, localizada em uma região de predominância de cerrado, tem grande potencial para fortalecer o empreendedorismo rural e o turismo agroecológico. “Temos muitos espaços ociosos, especialmente nas áreas de eucalipto. A manga é uma fruta preciosa, mas muitas vezes subestimada. Queremos mostrar que ela pode gerar renda, conhecimento e sustentabilidade”, destacou.
A programação contará com palestras, painéis científicos e visitas técnicas em propriedades rurais de Andradina e Urânia (SP), com o apoio logístico da empresa Eldorado Brasil, que disponibilizou ônibus para o transporte de estudantes e participantes. Alunos da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e de Cacilândia também devem participar das atividades.
Durante o seminário, haverá exposição de trabalhos acadêmicos, mostra de artesanato do Cinturão Verde, concursos fotográficos sobre a manga e o projeto cultural “Arte, Fé e Acordes do Cerrado”, com apresentações de coral, teatro e violão. “Queremos mostrar que a sustentabilidade também envolve arte, fé e voluntariado. Tudo isso faz parte da regeneração do cerrado e da valorização da nossa cultura local”, afirmou Helena.
A bióloga destacou ainda que o evento acontece uma semana antes da COP-30, em Belém (PA), e que o Instituto Cutia do Cerrado vai encaminhar um relatório sobre ações ambientais e de sustentabilidade desenvolvidas em Três Lagoas e no Mato Grosso do Sul. “A manga é um símbolo, mas o que está por trás dela é a conscientização sobre o uso responsável dos recursos naturais, o combate ao desperdício e a geração de oportunidades por meio da agroecologia”, reforçou.
Helena aproveitou o espaço para fazer um pedido à população: doações de mangas maduras para utilização nas atividades do evento. “Muitas frutas acabam se perdendo no chão, e isso pode gerar problemas sanitários, como a proliferação do flebotomíneo, transmissor da leishmaniose. Quando aproveitamos essas mangas, além de evitar o desperdício, também contribuímos para a saúde pública”, explicou.
O seminário vai reunir pesquisadores, produtores rurais, estudantes e ambientalistas, com o objetivo de transformar a manga em um símbolo de identidade, geração de renda e educação ambiental em Três Lagoas. “Hoje é a manga, mas amanhã pode ser a laranja, a banana ou outras frutas do nosso cerrado. O importante é gerar conhecimento e valorizar o que é nosso”, finalizou Helena.