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Semed entrega hoje certificados a 60 alunos

Educação – 04/07/2012 – 13:07

Nesta quarta-feira (4), a partir das 19h30, cerca de 60 formandos de duas turmas do nível avançado do curso de Libras (Língua Brasileira de Sinais) recebem certificado que será entregue em solenidade no Espaço de Formação Lúdio Martins Coelho, na Semed (Secretaria Municipal de Educação). Nessa ocasião, os cursistas formandos apresentarão músicas interpretadas na Língua Brasileira de Sinais.

O Núcleo de Apoio Pedagógico ao Aluno com Surdez (NAPS), da Divisão de Educação Especial da Secretaria Municipal de Educação (Semed) mantém na Escola Professor Arlindo Lima o curso de Libras (Língua Brasileira de Sinais). O público alvo é, prioritariamente, professores e demais profissionais da Rede Municipal de Ensino (Reme), familiares de pessoas com surdez, profissionais da saúde e de empresas que empregam pessoas com surdez e, por fim, havendo vagas, comunidade em geral. Cada turma de Libras atende cerca de 30 alunos, o que permite que a cada ano cerca de 400 pessoas participem do curso.

As aulas acontecem uma vez por semana com opção de turmas de segunda à sexta-feira, das 18 horas às 20h30min e aos sábados das 8 horas às 10h30min. Cada turma leva cerca de seis meses para concluir o curso de 80 horas/aula. O curso, que é oferecido gratuitamente, funciona com os estágios: básico I e II, intermediário e avançado e práticas de interpretação.

Comunicação e interação

Aluno da etapa intermediária do curso na Escola Professor Arlindo Lima, o Guarda Municipal, Miguel Barthiman trabalha na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Vila Almeida. Miguel conta que desde que foi lotado na UPA, a grande maioria dos pacientes ao questionar alguma dúvida, procura a primeira pessoa que acham na entrada do prédio e, na maioria das vezes, é ele. “Decidi aprender Libras porque senti necessidade de comunicação com os surdos que procuram a unidade. Hoje, Miguel confessa que se sente feliz por ter condições de ajudá-los, tanto que a UPA da Vila Almeida tornou-se a referência para os surdos não só da região, mas de outras localidades da cidade, por saberem que nesta unidade tem alguém que comunica com eles com a Libras.

Outro ponto fundamental da Libras é o de garantir o apoio ao educando com surdez, permitindo a inclusão deste aluno na educação regular. Josiane Barbosa Matos, que é agente de atividades educacionais em escola municipal é responsável por dar suporte às crianças com necessidades educacionais especiais. “Ajudo a oferecer o lanche, levar ao banheiro e sou também intermediária, no caso dos surdos, na comunicação entre professores e alunos”, exemplifica.

Josiane lembra que, neste ano, se deparou com uma criança de cinco anos surda iniciando o 1º ano na escola e começou a se comunicar com ela, mas infelizmente a princípio a comunicação não se estabeleceu. “Não conseguia fazê-la me compreender e então vi que ela não conhecia a Libras. Tomamos então a iniciativa de apresentar esse novo mundo de comunicação para ela”, afirma. A menina em menos de três meses começou a se comunicar e segundo a agente de atividades especiais, passou por uma mudança radical de comportamento. Ao falar deste caso, Josiane se emociona e ressalta a importância da Libras na vida de uma pessoa surda lembrando que ela tem o direito de se comunicar, de trabalhar e estudar, ou seja estar inserida na sociedade.

Apoio Pedagógico

Para cumprir esses direitos, previstos no Decreto 5626/05, concernente à educação da pessoa com surdez, o Núcleo de Apoio Pedagógico ao Aluno com Surdez (NAPS), da Semed está organizado em quatro atividades básicas: seleção e acompanhamento de intérpretes de Libras-Língua Portuguesa, atendimento educacional especializado para alunos com surdez, acompanhamento às escolas onde há alunos com surdez e cursos de Libras nos níveis básico I e II, intermediário, avançado e práticas de interpretação.

O Núcleo tem por objetivo garantir também o apoio pedagógico ao educando surdo, bem como promover formação continuada e capacitação aos profissionais da educação. De acordo com a coordenadora Dolores Alves Pereira de Britto o aprimoramento dos profissionais tem por finalidade ofertar o atendimento de forma mais adequada possível às necessidades linguísticas, educacionais e culturais desses alunos, o que tem contribuído para a inserção desses alunos à educação regular.

Atualmente, a Rede Municipal de Ensino (Reme) conta com 50 intérpretes da Língua Brasileira de Sinais (Libras) atendendo 102 alunos surdos em 30 escolas municipais e dois ceinfs (Centro de Educação Infantil). Eles dão suporte aos professores, contribuindo na comunicação do aluno e professor em sala de aula e em outras situações no interior da escola.

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Andréa Sanches, que é surda, é professora do curso intermediário de Libras na Escola Arlindo Lima. Ao ser questionada sobre a importância de cada vez mais as pessoas terem o conhecimento da Libras, ela – por meio de intérprete – ressaltou que as pessoas que ouvem estão se interessando mais pela Libras e que suas turmas estão sempre cheias. “Quem procura o curso quer se comunicar com familiares, com colegas de trabalho, com amigos e se tornar profissionais que vão ser futuramente intérpretes em sala de aula. Sinto que cada vez mais, as pessoas compreendem que os surdos não são incapazes e podem estar inseridos na sociedade, convivendo com as pessoas ouvintes”, frisou a professora.

Da mesma opinião, o professor de Libras do ciclo Avançado, Adriano Oliveira Gianotto sente-se emocionado por mais uma turma que se forma. Por ser surdo, ele sabe que a cada turma que se encerra, são mais pessoas interagindo com os surdos e aumentando o universo de comunicação entre pessoas com surdez e ouvintes. “Muitas vezes, o surdo é considerado um estranho dentro de sua própria comunidade por não dominar a língua de sinais, o que dificulta ou desfavorece sua interação, uma vez que não consegue estabelecer comunicação com outro surdo nem com o ouvinte. A Libras é uma grande ajuda nesse aspecto, por isso peço que incentivem as pessoas ao curso que fará a diferença na sociedade”, comenta.

Essa realidade já faz parte da vida da telefonista Irene Saraiva que faz a diferença na empresa do setor de informática onde trabalha. No seu local de trabalho três surdos compartilham as atividades diárias com os colegas ouvintes. Hoje a comunicação é facilitada pela Libras, mas há um tempo atrás a interação praticamente não existia. “Decidi me comunicar com eles e para isso me matriculei no curso de Libras. Comecei no Ceada (Centro Estadual de Atendimento ao Deficiente da Audiocomunicação) e agora complemento os estudos aqui no módulo avançado do curso na Escola Arlindo Lima. Aprendi muito e hoje estou feliz por ser uma interlocutora entre os meus colegas surdos e os ouvintes”, assinala.

As professoras do Naps da Semed, Karine Albuquerque e Flavia Pieretti Cardoso esclarecem que além dos cursos ofertados na Escola Municipal Professor Arlindo Lima, a Semed atende, por solicitação da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) duas turmas com profissionais desta secretaria em horário de serviço (período vespertino) na Escola de Governo Municipal e, também, por solicitação da Associação de Mães do bairro Zé Pereira, uma turma na Escola Municipal Carlos Garcia.

Fonte: CG Notícias/NG

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