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Se voltar, Dilma diz que fará um governo de transição até 2018

27/06/2016 – Atualizado em 27/06/2016

Por: Marcio Ribeiro com BOL

A presidente afastada Dilma Rousseff afirmou, em entrevista à Agência Pública divulgada nesta segunda-feira, que, se reassumir a Presidência após o julgamento do processo de impeachment pelo Senado, fará um “governo de transição”. A petista também não descarta convocar um plebiscito, “uma das propostas colocadas na mesa”.

“(Se reassumir) Eu farei basicamente um governo de transição. Porque é um governo que vai ter dois anos, e o que nós temos de garantir neste momento é a qualidade da democracia no Brasil, o que vai ocorrer em 2018. Eu farei isso, sobretudo. Acho que cabe a discussão de uma reforma política no Brasil, sem dúvidas. Nós tentamos isso depois de 2013 e perdemos fragorosamente. Tentamos Constituinte, tentamos reforma política, tentamos…”, disse Dilma, ao responder se mudaria o presidencialismo de coalizão ao reassumir o posto.

Sobre seu depoimento à Comissão do Impeachment previsto para o dia 6 de julho, disse ainda avaliar se fará sua defesa: “Sou do tipo de gente que avalia”. Perguntada sobre a prisão na semana passada de Paulo Bernardo, que ocupou o Ministério das Comunicações em seu primeiro mandato e do Planejamento no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a petista afirmou que não faria avaliação sobre “coisas que estão sob investigação” e criticou o “uso político das investigações da Lava-Jato”, ao mencionar a delação do empreiteiro Marcelo Odebrecht.

“Então, você vai me desculpar, mas você não vai querer que eu faça uma avaliação sobre coisas que estão sob investigação da Justiça. Agora, acho estarrecedor me perguntar sobre o Marcelo Odebrecht, que nem concluiu a sua delação premiada. Tirante a hipótese de que o seu jornal – e aqui eu vou engrossar – tenha uma escuta dentro da cela, ou do lugar onde ele está fazendo a delação, vocês não têm o direito de me perguntar nada”, declarou.

A presidente afastada minimizou o impacto negativo das revelações no processo de impeachment:

“Não, minha querida. Eu acho que eu estou em um nível de vacinação absoluta contra isso. Isso tem sido feito sistematicamente contra mim. Sistematicamente. A última que arquivaram foi aquela em que quase caiu o mundo na minha cabeça porque eu liguei para o Lula e falei: “Vou mandar aí o Bessias”. Agora foi arquivado. Agora, o pato que eu pago enquanto não está arquivado é imenso. E eu me recuso a discutir Marcelo Odebrecht numa delação que nem acabou. Tem vazamento daquilo que não foi feito, tem vazamento… e tudo seletivo”, disse.

Dilma também afirmou que, em meio às manifestações pró-impeachment, o setor que mais perdeu foi da “oposição que tradicionalmente tinha um projeto”, o PSDB, porque, segundo ela, o partido “endireitou” do ponto de vista dos valores. A presidente afastada destacou o apoio tucano a Eduardo Cunha (PMDB-RJ) para a presidência da Câmara, “que tem uma pauta eminentemente de direita”. Segundo Dilma, “o processo mais grave no Brasil foi tornar o centro hegemonizado pela direita” e, assim, Cunha assumiu a hegemonia no PMDB.

“E essa hegemonia está expressa no governo do Michel Temer. Ele é Cunha. O Jucá não mente quando diz que Michel é Cunha. Um dos grandes problemas desse governo é esconder o Cunha. Porque o Cunha não é uma pessoa lateral deles. Ele é o líder deles. Líder em todos os sentidos”, afirmou.

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