Misto – 28/02/2012 – 14:02
A polêmica envolvendo a liberação do são-paulino Lucas é apenas uma prévia dos problemas que o novo diretor de Seleções da CBF, Andrés Sanchez, terá para conciliar a agenda lotada do Brasil em 2012 a um calendário sem interrupções no País. Para evitar novas confusões a cada convocação, o dirigente precisará de “jogo de cintura”.
No caso de Lucas, Sanchez se envolveu em um bate-boca público com Emerson Leão, técnico do São Paulo, que teve ameaça de processo e retratação no site da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). O São Paulo disse que o jogador não seria liberado para atuar no clássico contra o Palmeiras no domingo, mas Sanchez rebateu dizendo que não havia recebido o pedido. O mal-estar foi agravado quando Leão disse que, em uma reunião, o São Paulo foi aconselhado a forçar o terceiro cartão amarelo do jogador. No final, Lucas foi liberado para o duelo.
Novas reclamações dos clubes são aguardadas para maio, quando Mano Menezes convocará a Seleção para uma viagem de 15 dias por Alemanha e Estados Unidos. Neste período, os clubes disputarão jogos do Campeonato Brasileiro e podem estar na preparação para a reta final da Copa do Brasil e da Copa Libertadores. Os dois torneios param durante o tour da Seleção.
“Sabemos que temos que ter bom senso dos dois lados. Temos que ter paciência. Todos precisam ceder um pouco para achar a melhor solução para a Seleção e para os clubes. A dificuldade é essa. Temos muitos amistosos, alguns torneios no meio e os campeonatos rolando. Contentar todos é muito difícil”, disse Andrés.
Na convocação para o duelo desta terça-feira contra a Bósnia, em St. Gallen, sete jogadores atuam no Brasil: Rafael (Santos), Dedé (Vasco da Gama), Lucas (São Paulo), Ganso (Santos), Ronaldinho (Flamengo), Neymar (Santos) e Leandro Damião (Internacional). Destes, apenas Ronaldinho e Dedé não têm idade olímpica, o que evidencia que os outros vão para os Jogos de Londres e ficarão longo tempo afastado dos clubes.
A CBF marcará para o dia 9 de julho a apresentação da Seleção Olímpica no Rio de Janeiro, com viagem para Londres marcada para o dia 17. Como ainda terá um amistoso no dia 15 agosto contra a Suécia, os jogadores vão completar quase 40 dias longe de seus clubes caso o Brasil chegue à final.
“A Seleção não vai abrir mão de ninguém desde que não seja conversado antes. A prioridade é a Seleção. Temos que fazer uma negociação dos dois lados. Entendemos os problemas dos clubes e teremos que fazer as coisas bem feitas”, disse Andrés.
Para complicar, a Olimpíada não está no calendário da Fifa, e será necessária a liberação também dos jogadores que atuam na Europa. “A Olimpíada não é oficial pela Fifa e teremos problemas para a liberação dos atletas. Tudo é negociação, depende dos jogadores também, vamos trabalhar em cima disso. Vou participar das negociações com os clubes, o Mano, todo mundo”, completou.
Fonte: Terra