Economia – 02/03/2013 – 17:03
Compras em sites estrangeiros atraem os brasileiros cada vez mais. Porém, é preciso tomar cuidados Bloomberg
RIO — Roupas estilosas, oferta abundante de cores e tamanhos e precinhos camaradas. Como resistir aos apelos dos sites de compras estrangeiros? Com os preços de roupas e acessórios nas lojas físicas lá em cima, os brasileiros estão cada vez mais tentados a encomendar peças de fora. Mesmo em sites de países tradicionalmente caros, como a Inglaterra, é possível encontrar facilmente vestidos com preço em torno de R$ 70. Isso sem falar nos miraculosos sites chineses, que oferecem bolsas por menos de R$ 20 e acessórios como lenços, colares e anéis por míseros R$ 2. Em alguns casos, as lojas nem mesmo chegam a cobrar frete. É de seduzir qualquer um, não é mesmo?
No entanto, antes de sair fazendo a festa com o cartão de crédito internacional, é preciso ficar atento aos riscos e às regras do jogo. Acostumada a comprar em sites nacionais, a gestora pública Natália Lucciola foi pega de surpresa pela burocracia quando comprou um vestido na loja de e-commerce britânica Asos.
— Comprei um vestido por cerca de 30 libras e ele acabou sendo retido nos Correios. A cobrança era quase o valor do vestido, uma taxa de R$ 48. Fui retirar no último dia do prazo, mas eles disseram que já haviam enviado a encomenda de volta para a Inglaterra — conta Natália, que ressalta que, embora não tenha ficado com a peça, não teve problemas com a loja, que estornou o valor da compra no cartão de crédito.
Para Cris Rother, diretora de negócios da e-bit, empresa especializada em informação sobre e-commerce, a compra internacional de roupas e acessórios online é tendência, apesar de todos os riscos.
— Quanto mais “heavy user” do comércio online a pessoa fica, mais ela tende a comprar fora do Brasil. É um processo natural — conta Cris, que aponta a loja de departamento americana Macy’s como um dos sites preferidos dos brasileiros que fazem encomendas do exterior.
Dicas para evitar complicações:
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Veja se o site disponibiliza as medidas das roupas e confira se elas equivalem às suas. As modelagens podem variar enormemente de país para país. Em sites chineses, por exemplo, tamanhos P, M e G costumam ser bem menores em relação aos padrões brasileiros. Uma boa saída é usar provadores virtuais, como UpCload, True Fit e Fits.me.
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Da mesma forma, as numerações de calçados também podem variar. Os europeus seguem um sistema com numeração muito próxima da brasileira, o que pode gerar confusão. Por exemplo, o número 38 da Europa equivale ao número 36 do Brasil.
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Pode parecer manjado, mas nunca é demais lembrar: pesquise sobre a reputação do site antes de fazer uma compra. Não conceda o número do cartão de crédito e do código de segurança se não tiver certeza de que o site é confiável.
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Pesquise as condições de frete, troca e devolução antes de efetuar a compra. Tenha em mente que, como o site não é brasileiro, você não estará protegido pelo código de defesa do consumidor, ou seja, não poderá recorrer ao Procon caso tenha problemas.
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Uma boa saída para evitar fraudes com o cartão de crédito é comprar com o PayPal, empresa vinculada ao Ebay especializada em pagamentos online. Para isso, é necessário abrir uma conta no site e fazer um cadastro do seu cartão de crédito. A partir daí, compras online poderão ser feitas sem a necessidade de conceder o número do cartão.
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Entenda que compras online em sites estrangeiros são consideradas importações pela Receita Federal e, portanto, podem ser tarifadas pela alfândega. Encomendas no valor de até US$ 3 mil são tarifadas em 60% sobre o valor dos bens constante da fatura comercial, acrescido dos custos de transporte e do seguro relativo ao transporte, se não tiverem sido incluídos no preço da mercadoria. Alguns clientes recebem o produto sem pagar imposto, mas isso só acontece porque a fiscalização é feita por amostragem.
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Ao contrário do que se pensa, a isenção de impostos para compras abaixo de US$ 50,00 não vale para compras online: a regra só se aplica quando tanto o remetente quanto o destinatário são pessoas físicas, ou seja, não tem aplicação quando se compra de empresas.
Fonte: G1
