Especialistas alertam: leucocoria pode ser sinal de doenças sérias como catarata congênita e até câncer ocular infantil
Um detalhe percebido em uma simples foto com flash pode ser o primeiro alerta para uma condição oftalmológica grave em bebês e crianças. É o caso do reflexo branco na pupila, conhecido como leucocoria, que pode aparecer no lugar do reflexo vermelho esperado. Embora comum em imagens, esse tipo de reflexo branco merece atenção especial dos pais e responsáveis, pois pode ser sinal de problemas sérios de visão e em alguns casos, até risco à vida.
A leucocoria não é uma doença, mas um sintoma. O reflexo esbranquiçado pode indicar desde alterações benignas até condições mais complexas como catarata congênita, descolamento de retina, inflamações intraoculares ou até mesmo o retinoblastoma, que é o câncer ocular mais frequente na infância.
Em bebês saudáveis, quando uma luz incide diretamente nos olhos (como acontece durante o uso do flash), a retina reflete um brilho avermelhado. Essa resposta, chamada de reflexo vermelho, é um indicativo de que a estrutura interna do olho está funcionando corretamente. Já quando esse reflexo aparece branco, parcial ou completamente, ou quando há diferença entre os dois olhos, pode haver algo bloqueando ou alterando o caminho da luz dentro do olho. Isso exige avaliação médica imediata.
O chamado “teste do olhinho”, ou exame do reflexo vermelho, é previsto por lei em praticamente todos os estados do país e deve ser realizado ainda na maternidade, entre 48 e 72 horas após o nascimento. A recomendação do Ministério da Saúde é que o exame seja repetido periodicamente nos primeiros anos de vida da criança, pelo menos três vezes ao ano até os cinco anos de idade. Em casos suspeitos, o oftalmologista poderá realizar o exame de fundo de olho com dilatação da pupila para investigar com mais precisão a causa do reflexo branco.
Entre as possíveis causas da leucocoria, o retinoblastoma é uma das mais preocupantes. Trata-se de um tumor maligno que se forma na retina e, se não diagnosticado a tempo, pode comprometer não apenas a visão, mas também a vida da criança. Segundo especialistas, a detecção precoce aumenta significativamente as chances de tratamento e cura. Por isso, qualquer alteração visível nos olhos do bebê, mesmo que percebida apenas em fotos, deve ser levada a sério.
Embora nem todo reflexo branco signifique algo grave, os especialistas reforçam que o olhar atento dos pais é uma das principais ferramentas para o diagnóstico precoce. Em muitos casos, são os próprios familiares que percebem algo diferente nos olhos da criança e levam a questão ao pediatra ou ao oftalmologista.
Se há dúvida, o melhor caminho é sempre buscar avaliação médica. Em Três Lagoas, pais e responsáveis podem procurar as unidades básicas de saúde ou o Centro de Especialidades Médicas para orientações e encaminhamentos.
