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terça-feira, 24 de junho, 2025

Quatro deputados de MS não assinam pedido para instalar CPI das fraudes no INSS

Parlamentares evitam assinar investigação sobre esquema que causou prejuízo milionário à Previdência Social.

A proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tem gerado controvérsias entre os deputados federais de Mato Grosso do Sul. Dos oito representantes do estado na Câmara dos Deputados, apenas três assinaram o requerimento para a instalação da CPI: Marcos Pollon (PL), Geraldo Resende (PSDB) e Rodolfo Nogueira (PL).

A CPI foi proposta pelo deputado Alfredo Gaspar (União-AL) com o objetivo de apurar denúncias de venda de sentenças judiciais, que beneficiariam empresas e políticos em troca de propinas milionárias. Mato Grosso do Sul é um dos sete estados onde a Polícia Federal investiga esse tipo de esquema.

Entre os deputados que não assinaram o pedido estão Beto Pereira (PSDB), Camila Jara (PT), Dagoberto Nogueira (PSDB), Luiz Ovando (PL) e Vander Loubet (PT). Dagoberto Nogueira justificou sua posição afirmando que prefere aguardar os resultados das investigações em andamento pelo Judiciário antes de apoiar a criação de uma CPI.

A mesma Camila Jara se envolveu em uma discussão acalorada na audiência da Comissão de Previdência da Câmara dos Deputados, no último dia em 29 de abril de 2025 com a aposentada Ezimar Vieira, vítima de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Durante o debate, que ouvia o ministro da Previdência, Carlos Lupi, sobre descontos indevidos de R$ 6,3 bilhões em benefícios previdenciários, Ezimar contestou a afirmação de Jara de que o esquema teria começado no governo Bolsonaro. A aposentada, que há mais de um ano sofre com descontos não autorizados, afirmou que as fraudes iniciaram na gestão Lula, gerando um embate público.

Sentada ao lado do deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS), Ezimar emocionou-se ao relatar sua situação e questionar a proteção aos aposentados. A deputada, ao se aproximar, tentou contextualizar o período das fraudes, mas foi interrompida pela aposentada, que exigiu respeito e esclarecimentos. O episódio, amplificado por postagens em redes sociais, gerou críticas à parlamentar, com opositores acusando-a de insensibilidade. Camila Jara, por sua vez, reiterou confiar na investigação da Polícia Federal, que desmantelou o esquema na Operação Sem Desconto, e defendeu que a CPI proposta pela oposição seria desnecessária.

A ausência de apoio à CPI por parte da maioria dos deputados sul-mato-grossenses tem gerado críticas por parte da população e de entidades civis, que cobram maior comprometimento dos parlamentares na apuração de irregularidades que afetam diretamente os cofres públicos e a confiança nas instituições.

A expectativa é que, diante da pressão popular e do avanço das investigações, mais deputados revejam suas posições e apoiem a instalação da CPI, considerada por muitos como essencial para garantir a transparência e a justiça no sistema previdenciário brasileiro.

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