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Primeiro índio xavante a receber título de mestre no Brasil se forma em MS

Geral – 09/10/2012 – 17:10

O primeiro índio xavante a receber o título de mestre no Brasil concluiu no último dia 26 de setembro o mestrado na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) em Campo Grande. Aquilino Tsere’ubu’õ Tsi’rui’a apresentou a defesa da dissertação com o título “A sociedade xavante e a educação: um olhar sobre a escola a partir da pedagogia xavante”.

Outros oito indígenas de diferentes etnias, Guarani, Terena e Tuyuka, já concluíram o programa de Pós-Graduação em Educação da UCDB, mas Aquilino foi o primeiro xavante.

A pesquisa, que foi desenvolvida sob a orientação do professor e doutor Neimar Machado de Sousa, é um resgate da história da aldeia Marãwatsédé – que no idioma xavante significa mata densa – no Mato Grosso, onde Aquilino nasceu.

O pesquisador tinha apenas três anos de idade quando ele, sua família e os outros índios foram expulsos das terras e levados para São Marcos em um avião.

O índio relatou que ele e sua família teriam sido deportados em um avião da Força Aérea Brasileira, em uma grande “manobra dos fazendeiros para que os xavantes não morassem mais lá”. Aquilino afirmou também que eles foram levados para um lugar onde não havia água e muitos teriam morrido por isso. A situação teria chamado a atenção dos fazendeiros que acabaram pedindo ajuda a Missão Salesiana Dom Bosco de São Marcos, para onde foram levados.

Depois disso, Aquilino morou e estudou em um internato na Casa Salesiana São Marcos, em Barra do Garças (MT), onde concluiu o ensino fundamental e o ensino médio. Se tornou padre, fez filosofia na UCDB e arqueologia em São Paulo.

A dissertação de mestrado do xavante discute as alterações das práticas culturais xavante – língua, agricultura, rituais, vida religiosa e também as práticas pedagógicas. O pesquisador critica o ensino do sistema escolar brasileiro, que dialoga pouco com os conhecimentos tradicionais e é baseado na cópia. Ele propõe a interculturalidade como alternativa.

Os índios da aldeia Marãwatsédé conseguiram voltar para uma parte de suas terras e ainda lutam pela demarcação da área total. Hoje, a aldeia possui cerca de 900 moradores e dentro da área, que antes constituía o latifúndio Suiá-Missu, há uma vila com mais de 800 habitantes, antigos posseiros, que também reclamam seu direito à terra e se recusam a sair.

Fonte: Do Campo Grande News

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