26/11/2013 – Atualizado em 26/11/2013
Por: Correio do Estado
O terceiro envolvido no sequestro de uma menina recém-nascida, ocorrido na noite do último dia 16, no Bairro Dom Antônio Barbosa, em Campo Grande, já está preso. Carlos dos Santos, conhecido como “Dedinho”, 25 anos, apresentou-se na Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (DEPCA), prestou depoimento e permaneceu detido.
A principal linha de investigação é a de que o bebê seria dado em pagamento de droga. O caso também está sendo investigado pela Polícia Federal, pois há informações de envolvimento de bolivianos, num possível esquema de tráfico, em que a criança seria a moeda de droga.
Carlos é marido da manicure Renata Silva de Jesus, 33 anos, presa dois dias depois do crime. Ela estava com a recém-nascida em seu poder, na casa onde morava, no Bairro Tiradentes. Também está preso Robson Santos Hoffimiester, 22 anos, suposto pai da criança, e que teria tomado parte no planejamento do sequestro.
No dia do sequestro, Renata, acompanhada pelo marido e dois bolivianos, armados, levaram o bebê do colo da mãe, em um veículo Prêmio, de propriedade do casal. Conforme a mulher, os dois estrangeiros já teriam retornado para a Bolívia, no entanto, a polícia ainda os procura.
Segundo a polícia, o crime foi planejado e ordenado por Robson Santos Hoffimiester, 22 anos, que é casado e teria tido relacionamento extraconjugal com a mãe do bebê, de 14 anos, que o aponta como pai. Ele foi preso horas depois da prisão de Renata, que, em depoimento, confessou participação e o indicou como intermediador, denunciando, ainda, que o roubo da criança teria sido feito para quitar dívida de drogas com os bolivianos. Robson nega a acusação.
Inicialmente, Renata tentou desviar o trabalho da polícia dizendo que não sabia do sequestro e que a criança foi oferecida pelos bolivianos, que seriam seus amigos, porque recentemente havia abortado um filho. Eles teriam alegado que os verdadeiros pais queriam doá-la.
Troca
O bebê seria negociado com os estrangeiros por R$ 5 mil, como parte da dívida. A suspeita da Polícia Civil é que a menina ficaria aos cuidados de Renata por alguns dias e seria levado para fora do Brasil, por isso o caso foi repassado também à Polícia Federal, que conduz as investigações como tráfico internacional de crianças.
O crime foi planejado dias antes de ser executado. O delegado, Paulo Sérgio Lauretto, que chefia o caso, apurou que Renata vigiou a rotina da adolescente, mãe do bebê, dentro da maternidade e buscou informações até na vizinhança. Testemunhas contaram que, por alguns dias, a mulher esteve no bairro perguntando quando a mãe receberia alta médica. Robson não confirma a paternidade e pede teste de DNA. A criança foi registrada no dia seguinte em que foi recuperada, apenas pela mãe.
