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Preso por fraude transportava até 150 mil litros de leite por dia, diz MP

Saúde – 13/05/2013 – 13:05

Cinco dias após revelar uma fraude que adulterava o leite consumido no Rio Grande do Sul, o Ministério Público inicia nesta segunda-feira (13) uma semana crucial para dar sequência nas investigações. Um empresário preso em Guaporé, na Serra, será interrogado às 14h pelo promotor Mauro Rockenbach. Ele era proprietário de uma empresa que transportava, em média, 150 mil litros de leite por dia, segundo o MP.

Até quinta-feira (16), as denúncias devem ser concluídas e encaminhadas à Justiça. Além disso, o MP garante que vai solicitar novas prisões e que outras empresas e indústrias suspeitas de compactuar com o esquema também serão ouvidas.

O município de Guaporé tem cerca de 22 mil habitantes e está situado a aproximadamente 190 km da capital gaúcha. Segundo a prefeitura, a indústria e a produção do setor agrícola são os principais fontes de riqueza da cidade, onde também funcionava o esquema que adulterava o leite. Os transportadores adicionavam água e ureia ao produto para aumentar os lucros. Um empresário do ramo, que foi preso pelo Ministério Público na Operação Leite Compensado, é suspeito de ser um dos fomentadores da fraude.

Empresário de Guaporé será interrogado

nesta segunda-feira (Foto: Reprodução/RBS TV)

Para o promotor Rockenbach, não há dúvidas quanto ao envolvimento dele no processo de adulteração do leite. O depoimento desta segunda-feira servirá apenas para “oportunizar esclarecimentos”. “Esse empresário efetivamente adulterava o leite que ele transportava. Ele coletava o leite com os produtores e levava até a empresa dele, onde funcionava também um posto de resfriamento que misturava água e ureia ao produto. E eles faziam isso porque sabiam desse relaxamento de algumas indústrias que não têm teste de qualidade”, sustenta Rockenbach.

No transporte do leite adulterado em Guaporé, outra constatação. “Para não serem pegos em alguma vistoria, eles utilizavam uma técnica. Os caminhões tinham três compartimentos e um deles ficava com o leite bom para amostra, caso algum fiscal levantasse suspeita”, detalha o promotor. “Esse empresário, por exemplo, trabalhava com uma média de 150 mil litros de leite transportado ao dia. Eles lucravam muito, lucravam muito”, revela Rockenbach.

Depois do depoimento do empresário, o promotor adianta que vai finalizar as denúncias e encaminhar à Justiça até quinta-feira (16). Ainda não há um número exato, mas a tendência é de que todos os presos sejam denunciados pelo Ministério Público. O passo seguinte é trabalhar em outros pedidos de detenção. “Nós não descartamos novas prisões nesse caso”, afirma Rockenbach.

Resultados da operação do MP

A Operação Leite Compensado, desencadeada na última quarta-feira (8), teve como consequência a retirada de lotes de seis marcas do mercado, a interdição de três postos de resfriamento e de uma fábrica em Estrela. Sete pessoas ainda estão presas. Destas, seis já foram ouvidas em Tapera. Cinco delas ficaram caladas e só vão se manifestar em juízo. Duas haviam sido liberadas após os depoimentos.

Apesar de não estarem envolvidas na fraude, as indústrias serão chamadas pelo MP nos próximos dias para dar explicações sobre os testes feitos nos produtos recebidos. Quatro inquéritos civis investigam a responsabilidade das empresas Italac, Mu-Mu, Líder e Latvida, esta última interditada na quinta-feira (9). A Latvida também produzia o leite das marcas Goolac, Hollmann e Só Milk, que também tiveram lotes recolhidos por contaminação com formol.

A intenção da promotoria é regular o controle por parte da indústria sobre os produtores os transportadores e obter informações sobre como são feitos os testes de qualidade do produto. Para o MP, as indústrias falharam ao não identificar a adulteração no produto recebido.

Quem tiver embalagens fechadas dos produtos dos lotes não recomendados para consumo deve guarda-los e comunicar Ministério Público pelo e-mail [email protected].

Fonte: G1

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